Fim da linha para as negociações entre a Prefeitura de Campo Grande e a categoria dos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino). Marquinhos Trad (PSD), chefe do Executivo da Capital, assinou a proposta aprovada em unanimidade pela classe profissional. Com isso, a assembleia esperada para acontecer na tarde de hoje (15) acabou sendo cancelada. Mas ainda está prevista uma “última” mobilização.
Em resumo, ficou o seguinte: a integralização do valor do piso nacional do magistério ao piso municipal de 20 horas. Isto significa que o reajuste salarial estará, de modo escalonado, em conformidade às leis – municipais 5.060/2012 e 5.411/2014 e a federal 11.738/2008 – até o ano de 2024, com cálculo baseado no piso vigente daquele ano.
Com a aprovação da minuta enviada pela prefeitura ao jurídico da ACP-MS (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), a greve da categoria – prevista para ser iniciada a partir desta quinta-feira (17) – também não foi mantida.
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Professores pegaram “pesado” nas mobilizações para que o reajuste saísse do papel. Foto: Divulgação/ACP-MS
Anterior a isso, em meio às negociações desde o início do mês, Marquinhos Trad até chegou a reclamar que não haveria margem para o reajuste, argumentando que poderia cair em irresponsabilidade fiscal por não saber o valor do piso no ano que vem. Na época, ele até descreveu a situação enquanto “impasse”. Contudo, o prefeito acabou cedendo às reivindicação dos professores.
“[Temos] dado uma aula de cidadania, de organização, de como deve ser a luta por direitos. Nenhuma ameaça [nos] desestabilizou. A verdadeira valorização da educação somos nós, educadores e educadoras, que construímos. Seguimos firmes e atentos aos próximos passos para efetivação desta vitória”, avaliou o presidente da ACP, professor Lucilio Nobre.
Do projeto referente ao Piso 20h, a Câmara Municipal de Campo Grande ainda precisa aprovar e Marquinhos sancionar o reajuste para que se torne efetivamente lei. “Esperamos que ele [prefeito] cumpra com o acordado“, ressaltou a vice-presidente da ACP, professora Zélia Aguiar.
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Registro de votação do sindicato; com a aprovação da minuta do prefeito, projeto segue para sanção. Foto: Divulgação/ACP-MS
Mobilização
Mesmo com a “vitória”, haverá uma passeata no dia de amanhã (16) pela categoria dos professores. De âmbito nacional, o protesto também questiona o cumprimento do piso do magistério de 2022, além da regulamentação do piso salarial da classe.
Valorização dos planos de carreira, contra a “terceirização” da Educação (contratações para além de concursos públicos) e cobrança por novos editais também estão nas pautas. Ainda, revogação do “Novo Ensino Médio”, militarização escolar, educação domiciliar e contra o movimento “Escola Sem Partido”.
Na Capital, a concentração será na Praça Ary Coelho, a partir das 9h.