Para reajuste sair do papel, mobilização de professores exige que prefeito “cumpra o prometido”

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Foto: Willian Leite/O Estado Online

Um protesto envolvendo aproximadamente 300 professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) marcou a tarde de hoje (24) na frente do Paço Municipal, sede do Poder Executivo campo-grandense. O intuito da aglomeração é exigir que o prefeito Marquinhos Trad “cumpra com a lei”, de modo que “piso zero nunca mais” – reajuste que a classe vem solicitando há pelo menos dois anos.

“Prefeito acha que tem que ser do jeito dele. Vem forçando uma situação que não existe”, reclama Lucílio Souza Nobre, presidente da ACP-MS (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública). Segundo ele, o reajuste de somente 32,18% proposto pela prefeitura não “entra na matemática”, nem da adição de 10,06% de “reposição salarial”.

“Cobramos o de 2020 e 2021. Não dá para entrar no terceiro ano seguido sem que o piso seja cumprido. Queremos que o passivo de 33,24% – autorizado pelo próprio Ministério da Educação – seja posto em prática, que é o certo, nem que de modo escalonada para nós servidores”, sugere Lucílio.

“Digo puro e simplesmente: que Marquinhos cumpra a lei”, declara o representante da ACP com relação à legislação 5.411/2014, que trata do piso salarial referente a 20 horas trabalhadas pelos profissionais.

Confira mais informações na live de Willian Leite, para O Estado Online:

Em entrevista a uma emissora de rádio campo-grandense na manhã desta quinta-feira, Marquinhos Trad garantiu que o reajuste será escalonado e de que a reposição salarial mensal será dada a todos os servidores da pasta. Um projeto de lei com esse conteúdo será enviado à Câmara  nos próximos dias. Ainda, caso a inflação volte a subir, haverá nova alteração para a classe, confirmou.

Na semana passada, quando as tratativas entre prefeitura e servidores da educação municipal voltaram à mesa após nova manifestação dos profissionais, a alegação do prefeito – de acordo com o afirmado por Lucílio – para o reajuste não ter sido aplicado neste ano era por “questões financeiras”.

“Mas a gente não compra essa justificativa. O reajuste salarial foi de zero em 2020 e 2021. Ainda, houve aumento da renda do município, de 11% para 14%. Nos últimos dois anos, o IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] também ‘cresceu’. Então houve crescimento de tudo, menos para a nossa classe. Foi um trabalho hercúleo dar aula em plena pandemia, mas lá estávamos. Cadê aquilo que merecemos?”, finaliza o presidente do sindicato.

Em resposta, a assessoria da Prefeitura Municipal de Campo Grande não comentou o noticiado pela reportagem, apenas informou de que ainda nesta quinta-feira a comissão da ACP-MS será recebida e ouvida por Marquinhos. A reunião, solicitada pelo próprio prefeito, está marcada para às 17h.

(Com Willian Leite)

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