Um olho no jogo e o outro no bolso

Jogo
Foto: Valentin Manieri

Trabalhadores temporários encontram uma oportunidade de renda em meio ao clima de torcida pelo hexa, nos bares de Campo Grande. Ontem (5), durante a partida do Brasil contra a Correia do Sul, pelas oitavas de final da Copa, o jornal O Estado percorreu os estabelecimentos para acompanhar a rotina dos trabalhadores e o clima dos torcedores. A Seleção Brasileira goleou por 4 a 1, e se classificou às quartas de final. 

Este é o caso do estudante de Direito, Gabriel Fernandes, 24 anos, que há 20 dias começou a trabalhar em um bar como garçom.

 “Apesar da correria, a gente acaba curtindo um pouco. Como estamos numa casa de shows é importante também curtir e não só trabalhar. Tem sido bem animado e legal trabalhar aqui, vamos se o Brasil ganha pra ficar melhor ainda”, comentou o trabalhador ainda no primeiro tempo do jogo.

Em outro estabelecimentos, a caixa Eliane Cristina, disse que “dá uma ansiedade absurda essa classificação das oitavas. O Vinicius Junior está arrebentando, acho que esse jogo está fácil pro Brasil e nós estamos aqui com um olho no caixa e outro no jogo. É uma delícia torcer, gritar junto e até perder a voz no final.”

Sua companheira de trabalho, Naiara Marcondes, 33, ressaltou que a emoção é ainda maior. “É uma adrenalina dobrada porque a gente tem que ficar de olho aqui, ali, de olho em tudo. Mas dá para curtir e aproveitar”, afirmou. 

Em conveniência localizada na Avenida Afonso Pena, a estudante Ayran Damasco, 16, contou que precisou substituir sua tia na função de serviços gerais, mas ficou contente com a diária. “Vim para cuidar dos banheiros, evitar que homens entrem no banheiro feminino. Como eu gosto do jogo, a gente fica de olho no serviço e no telão. Mas, está bem tranquilo, dá para torcer e trabalhar”. 

Com capacidade para receber 400 pessoas, a proprietária de um dos bares, Janaína Loureiro, 34, revelou que está sendo uma copa diferente. Devido aos horários dos jogos, o estabelecimento precisou se adaptar e abrir mais cedo. “Estamos trabalhando num horário não habitual de um bar. Teve dia que a gente abriu 10 horas. Mas, tem sido muito gostoso, com uma aceitação boa, clientes querendo vir e estar aqui torcendo com a gente. Não dá para assistir 100%, mas o público grita e a gente grita junto”, comentou.

Ambulantes apostam nas vendas em bares

Quem aproveitou para garantir uma renda extra neste fim de ano ou na expectativa de aumentar as vendas diante da movimentação de torcedores, são os vendedores ambulantes que percorrem os bares de Campo Grande. 

A Copa potencializou as vendas de vestuário do ambulante Igor Matos, 38, que também é servidor público. “Hoje eu nem comecei a arrumar direito e já vendi várias peças, então realmente já ajuda bastante pelo movimento em si. Também investi em algumas peças do Brasil e saíram todas”, expôs. 

“A gente roda a cidade inteira, mas agora na copa resolvemos ficar aqui no bar porque o pessoal vem assistir ao jogo e tem dado bastante movimento”, disse Carla Forte Corrêa, 39, do ‘Sapa Dog’, que vende lanches geralmente na rua do tradicional Bar do Zé Carioca.

Por Suelen Morales e Tamires Santana – Jornal O Estado de MS.

Leia a edição impressa do Jornal O Estado de MS.

 

Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *