Três generais do Alto Comando discordam sobre as manifestações; veja quem são

Foto: Valentin Manieri
Foto: Valentin Manieri

Nesta última semana, foram divulgadas informações sobre um desentendimento entre generais do Alto Escalão do Exército Brasileiro. A razão da discordância é sobre a legalidade das manifestações que pedem anulação das Eleições de 2022.

De acordo com uma fonte próxima à cúpula militar, mas que não quis ser identificada, entre os militares do Alto Comando, três não estão alinhados com as pautas trazidas pelos manifestantes que estão acampados em frente aos quartéis desde outubro. O motivo seria que os três estão “ideologicamente alinhados à esquerda”. As informações são de que essa discordância estaria “impedindo o êxito dos pedidos de intervenção”, conforme apresenta a fonte.

Quem são os generais contrários

Em uma participação no programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, no dia 28 de novembro, o jornalista Paulo Figueiredo comentou sobre o perfil político e ideológico dos atuais comandantes militares das cinco regiões do Brasil. Segundo ele, entre os cinco generais, três deles estão mais alinhados ideologicamente com decisões políticas mais “à esquerda”.

O primeiro deles é Richard Fernandes Nunes, do CMNE (Comando Militar do Nordeste), que foi apontado por Figueiredo como um general com perfil “muito à esquerda para os padrões do Exército Brasileiro”. Fernandes Nunes é reconhecido por seu perfil acadêmico e por também ter sido Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

O segundo general citado é Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, do CMSE (Comando Militar do Sudeste). As informações divulgadas por Paulo Figueiredo são de que Paiva é visto como “o que mais entende de política e articulação” e por ter um pensamento mais “progressista”. Segundo Figueiredo, ele foi ajudante de ordem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O terceiro citado é Valério Stumpf Trindade, atual Chefe do Estado-Maior do Exército e ex-comandante do CMS (Comando Militar do Sul). Até maio deste ano, ele era responsável pelo comando-geral do CMS. As informações são de que ele é amigo pessoal do ex-advogado geral da União, José Levi, que se demitiu da AGU, após recusar assinar um documento formal que visava impedir lockdowns nos estados.

Segundo Figueiredo, Levi também era ideologicamente alinhado às pautas do STF (Supremo Tribunal Federal) e amigo pessoal do atual ministro Alexandre de Moraes. A hipótese levantada pelo jornalista é de que Trindade poderia estar sob influência de Moraes, por isso, não adere aos pedidos dos manifestantes.

Também foi assessor militar no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República nos anos de 1999 a 2003 – período que coincide com o mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Alto comando do exército

Presidido e convocado pelo comandante do Exército, o Alto-Comando é composto por 17 generais da ativa que ocupam os postos mais altos da Força: são 16 generais de Exército, ou seja, a patente mais alta da Força, mais o comandante. Nas reuniões periódicas, geralmente presenciais, esses 16 têm a missão de assessorar o comandante.

Entre as tarefas estão análises de conjunturas, definições de operações, orçamentos, projetos e participações da Força em diversos contextos. É assim em cada uma das Três Forças, que contam cada uma com seu Alto-Comando.

Eis a composição atual:

Comando do Exército [Marco Antônio Freire Gomes];
Chefe do EME (Estado-Maior do Exército) [Valério Stumpf Trindade];
COTer (Comando de Operações Terrestres) [Estevam Cals Theophilo];
Chefe do DGP (Departamento-Geral do Pessoal) [João Chalella Júnior];
Chefe do DECEx (Departamento de Educação e Cultura) [André Luis Novaes Miranda];

Chefe do DCT (Departamento de Ciência e Tecnologia) [Guido Amin Naves];
COLOG (Comando Logístico) [Eduardo Antonio Fernandes];
Chefe do DEC (Departamento de Engenharia e Construção) [Júlio César de Arruda];
SEF (Secretário de Economia e Finanças) [Sérgio da Costa Negraes];
Subcomando de Operações Terrestres [Júlio César de Arruda];
CMA (Comando Militar da Amazônia) [Achilles Furlan Neto];
CMN (Comando Militar do Norte) [Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves];
CMNE (Comando Militar do Nordeste) [Richard Fernandez Nunes];
CMO (Comando Militar do Oeste) [Anisio David de Oliveira Junior];
CML (Comando Militar do Leste) [André Luis Novaes Miranda];
CMSE (Comando Militar do Sudeste) [Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva];
CMS (Comando Militar do Sul) [Fernando Santana Soares].

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2 thoughts on “Três generais do Alto Comando discordam sobre as manifestações; veja quem são”

  1. Eudes Joaquim de Lima

    Esses generais são verdadeiros traidores da pátria, e tem uma regra militar para os. Traidores! Que o fuzilamento. É essa sentença que eles estão escolhendo

  2. João Batista de Assis Pereira

    Já era esperado saber que há discordância entre a cúpula das FA, o povo está sendo feito de bôbo. Por mantê-los à frente do alto comando. O Brasil já era!

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