Deputado Geraldo Resende acredita que o PSDB vai se unir na hora de definir o seu candidato a prefeito de Dourados
Iniciando mais um mandato, o deputado federal, Geraldo Resende (PSDB) confirma que está à disposição para concorrer à Prefeitura de Dourados nas eleições de 2024, mas que para isso quer o consenso entre os tucanos e também a formação de uma frente ampla de partidos. Resende falou do sonho da classe política de Dourados de eleger um senador e que isso passa pelas eleições do próximo ano. “A busca de uma união é que tem de nortear as negociações antes de se falar em nomes para ser o candidato”, defende Resende em entrevista ao jornal O Estado.
No campo político, Geraldo Resende acredita que uma possível fusão entre o PSDB e o MDB poderia fazer surgir uma bancada muito influente e com maior peso político tanto na Câmara quanto no Senado.
“O PSDB e MDB são parceiros históricos, mas que nas últimas eleições ficaram separados, e que depois da eleição de 2022 começaram a negociar a reaproximação. Hoje, todos estão no governo de Eduardo Riedel (PSDB), que recebeu apoio de parte dos candidatos a deputados no segundo turno e a bancada eleita do partido também já está na base de apoio. A tendência é de que os dois partidos devem voltar à velha aliança na maioria dos municípios”, projeta.
No plano nacional, o parlamentar acredita que há necessidade de implementar uma política de distensionamento entre os políticos, pois esse clima de ódio poderá prejudicar o país. Já em Mato Grosso do Sul, Resende disse que o relacionamento entre os parlamentares e o governador Eduardo Riedel é dos melhores, com todos procurando separar seus posicionamentos ideológicos dos interesses da população. O parlamentar que esteve à frente da Secretaria de Estado de Saúde durante todo o período de pandemia defende o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, pois considera que sem ele a tragédia que levou à morte mais de 700 mil pessoas no país poderia ter sido ainda maior.
O Estado: O senhor colocou o seu nome para concorrer à Prefeitura de Dourados?
Geraldo Resende: Eu sempre estou à disposição para servir a minha cidade, e tenho Dourados como minha cidade. Embora saiba que é muito cedo para fazer uma discussão sobre a eleição que vai acontecer no ano que vem, como a cidade está carente de uma administração arrojada, moderna, então todos nós temos de permanecer à disposição para assumir uma missão que resgate a autoestima da população. As experiências recentes deixaram o nosso povo cético em relação aos políticos, por isso temos de apresentar propostas inovadoras e é neste sentido que me apresento com toda a experiência de vida e de gestão pública que acumulei nesses anos.
O Estado: Diante de tantas pré-candidaturas, o senhor acredita que poderá acontecer um consenso dentro do PSDB? Geraldo Resende: Não tenho a menor dúvida de que vamos promover um debate amplo dentro do PSDB e somente depois disso é que poderemos obter um consenso em torno de um nome para concorrer à Prefeitura de Dourados. Eu mesmo já conversei dentro do partido e só deverei ser candidato se for o nome de consenso, e digo ainda que, para que a eleição seja vitoriosa, será necessária a formação de uma frente ampla envolvendo a participação de vários partidos. A busca de uma união é que tem de nortear as negociações antes de se falar em nomes para ser o candidato.
O Estado: A classe política de Dourados sempre teve o sonho de eleger um senador. O senhor acredita que isso pode acontecer em 2026?
Geraldo Resende: Dourados tem esse sonho, pois já ocupou a vice-governadoria, mas quando chega na hora de ter uma candidatura ao Senado acaba ficando de lado; sempre temos bons nomes e para a disputa de 2026, embora ainda distante, não é diferente. Eu acredito que a escolha de um nome forte que possa vir a ser o candidato ao Senado passará pelas articulações da eleição de 2024. Além do meu nome, tem também o do vice-governador Barbosinha e mesmo do deputado estadual Zé Teixeira e da deputada estadual Lia Nogueira, que podem concorrer tanto em 2024 quanto em 2026.
O Estado: Existe uma proposta de fusão entre o PSDB e o MDB, o senhor acredita que pode prosperar? Geraldo Resende: O PSDB enfraqueceu-se muito e mesmo com a federação com o Cidadania conta com 19 parlamentares, o que muito por isso está sendo discutida a possibilidade de fusão com o MDB. É um assunto que provoca muita discussão, uma vez que tem muitos que são contra. Essa união poderia englobar ainda o Podemos e resultaria na formação de uma bancada com força suficiente para influir nas principais decisões do Congresso Nacional. Particularmente sou favorável, mas é um tema que ainda vai gerar muita discussão.
O Estado: Aqui no Estado já existe um alinhamento; o senhor acredita que os dois partidos devem continuar juntos em novos projetos eleitorais?
Geraldo Resende: PSDB e MDB são parceiros históricos, mas que nas últimas eleições ficaram separados, e que depois da eleição de 2022 começaram a negociar a reaproximação. Hoje, todos estão no governo de Eduardo Riedel (PSDB), que recebeu apoio de parte dos candidatos a deputados no segundo turno, e a bancada eleita do partido também já está na base de apoio. A tendência é de que os dois partidos devem voltar à velha aliança na maioria dos municípios já em 2024, e que por certo se estenderá para 2026.
O Estado: O senhor esteve à frente da Secretaria de Estado de Saúde durante a pandemia. Como acredita que o novo governo deve se comportar em relação à COVID-19?
Geraldo Resende: Eu acho que tudo passa pelo fortalecimento do SUS, que foi fundamental nesse período da pandemia. O Sistema Único de Saúde deve receber os investimentos, pois, nos momentos de tragédia como a que aconteceu em todo o mundo, teve a sua importância reconhecida por todos. No meu caso, eu que já tinha sido secretário de Saúde na administração do governo de Zeca do PT, também recebi todo o apoio do governador Reinaldo Azambuja e isso foi decisivo para que não tivéssemos aqui no Estado uma tragédia ainda maior. Recebi, como secretário, todo o apoio do governador e do então secretário de Governo Eduardo Riedel.
Agora teremos de dar prosseguimento às campanhas de vacinação e, mesmo acreditando que não deverá acontecer novos picos da pandemia, teremos de manter todos os cuidados sanitários. De qualquer forma, acredito também que com a escolha da ex-diretora da Fiocruz, Nisia Trindade Lima, nos dá uma tranquilidade de que o governo está atento, pois ela é uma das maiores autoridades em combate à COVID-19.
O Estado: Para este novo mandato o senhor tem projetos que podem ser prioritários?
Geraldo Resende: Eu tenho uma preocupação especial sempre com o setor da saúde, por isso quero continuar a luta para que políticas de combate a doenças como dengue, zika e chikungunya sejam priorizadas. Também estamos lutando para que os municípios recebam mais apoio por parte do governo federal e assim tenham condições de atender a população com postos de saúde e hospitais bem equipados. Vou trabalhar prioritariamente neste sentido, mas sem descuidar dos demais segmentos da vida da população.
O Estado: Especificamente para a região de Dourados, o que o senhor pretende trabalhar? Geraldo Resende: Sempre fui o representante de Dourados e região, e trabalho na busca por recursos para a execução de obras. Um dos projetos com que sempre trabalhei foi pela construção do aeroporto. É inconcebível que uma cidade como Dourados, com um agronegócio pujante, não tenha um aeroporto que permita o pouso de voos de centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
O Estado: A bancada de MS na Câmara Federal tem deputados de diversas vertentes ideológicas; como será o relacionamento com o governador Eduardo Riedel? Geraldo Resende: Nas primeiras reuniões que estamos promovendo, o relacionamento está muito bom.
O Estado: A bancada de MS na Câmara Federal tem deputados de diversas vertentes ideológicas; como será o relacionamento com o governador Eduardo Riedel?
Geraldo Resende: Nas primeiras reuniões que estamos promovendo, o relacionamento está muito bom O Estado: Como está o clima no Congresso neste início de novo governo após o período de permanência do presidente Jair Bolsonaro no poder?
Geraldo Resende: Vivemos um momento bastante complicado com o país extremamente dividido e um clima que dificulta a aproximação entre os lados opostos. Esse clima surgiu ainda em 2018 e não foi superado por parte dos deputados eleitos em 2022. Hoje, temos uma parte dos deputados e da própria população que vivem em permanente conflito e isso acaba se refletindo durante os debates no Congresso nacional. Por ocasião das eleições na Câmara e no Senado a disputa foi acalorada e tende a continuar dessa forma sempre em temas polêmicos.
O Estado: Como o senhor acredita que pode acontecer um distensionamento da política brasileira?
Geraldo Resende: O mais importante é que todos concordem em baixar as armas para dar início a um diálogo. Hoje tenho de reconhecer que não há disposição imediata para uma aproximação, mas isso precisa ser mudado e só pode acontecer com muito diálogo e boa vontade. Há de se colocar à frente de todos os interesses os da população, que vive problemas e aumento da pobreza, com uma fatia da população vivendo abaixo da linha de miséria. Acho que, com a colocação em debate de temas urgentes, poderemos mobilizar todos em torno do que é mais importante para o país.
Por: Laureano Secundo – Jornal O Estado do MS.
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