Apesar da expectativa ser positiva, concorrer com a internet é desafio cada vez maior para comerciantes
O Dia do Consumidor, celebrado no dia 15 de março, já gera expectativa em comerciantes e lojistas da Capital, localizados no centro da cidade. Em preparação, as lojas já preveem promoções de até 50% para os consumidores que querem adquirir produtos através da compra em loja. No entanto, é consenso que competir com a internet está cada vez mais difícil, já que a praticidade da compra digital desbanca as vendas em lojas físicas.
O presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, argumenta que o dia do consumidor não tem sido o forte do comércio campo-grandense. Afinal, o varejo e o comércio neste 2024, apresenta um cenário de pouca condição de mobilidade e pouco estoque. “Não temos condições de fazer grandes promoções, a maioria das promoções vão acontecer com redes maiores. A expectativa que a gente tem é resolver a questão da inadimplência e o Procon Municipal está fazendo um trabalho muito bacana, no sentido de promover encontro entre empresas e devedores para que as negociações possam acontecer de forma facilitada.
Reduzindo juros e diminuindo problemas sérios, como o índice de inadimplência do consumidor”, argumentou o presidente.
Ainda conforme Vila, quando comparada a movimentação entre comércio on-line e comércio físico local, “com certeza” quem sai perdendo nessa queda de braço é o comércio local. “O custo do on-line acaba sendo menor que a loja física, inclusive os impostos recolhidos”, pontua o presidente da CDL-CG, que aponta ainda, uma melhora na preparação de lojistas e comerciantes para o atendimento de qualidade, que acaba se tornando um diferencial para a clientela na hora de comprar. “Nós chegamos a um total de 600 pessoas que passaram por treinamentos na CDL, para que se possa gerar uma experiência melhor de compra para todos os consumidores”, argumentou Vila.
Cenário local
O gerente da Ótica Americanas, Mikael Rodrigues, 34, conta com um cenário positivo para o Dia do Consumidor, com uma expectativa de pelo menos 40% de aumento nas vendas. “Nós estamos preparando uma grande promoção para nossas armações, que estão com 70% de desconto justamente para entregar algo melhor para o nosso consumidor. A gente está com preço médio de dez armações a R$ 250 e elas vão cair para R$ 70, é nessa faixa”, explicou o gerente.
O coordenador da Loja MM, localizada na rua 14 de julho com a Barão do Rio Branco, Rodrigo Mareto, 46, também conta com uma expectativa positiva para a data. Conforme pontua, a rede de eletrodomésticos, móveis e celulares, embora as vendas on-line hoje tenham força, nada substitui a cordialidade e o bom atendimento proporcionado no presencial. “Olha, no presencial você tem um atendimento junto com o vendedor, ele vai lhe explicar o produto, vai mostrar as qualidades do produto e você vai ver pessoalmente. Acontece alguma coisa com o produto, você vem na loja, a gente automaticamente já resolve, coisa que na internet, por exemplo, chega a demorar até 15 dias para retirar ou devolver”, rebate o coordenador.
Ao avaliar ainda, que pela internet as pessoas valorizam mais o preço e muitas vezes fazem sondagens que não se converte necessariamente em vendas. Já no formato presencial, por exemplo, o consumidor vem esclarecido sobre o que deseja. “Hoje em dia o consumidor procura mais a internet por conta de preço. Na internet ela fica pesquisando e pesquisando, quando vem na loja, ela vem pra comprar e não fica pesquisando, já chega e compra”, esclarece Mareto.
A gerente comercial da O Boticário, Eliane Maria, 29, explica que devido ao Dia do Consumidor, a loja terá determinados produtos com até 50% de desconto. Maria percebe que os consumidores on-line estão mais ligados. “[No presencial são] poucas pessoas, porque o pessoal está mais ligado no on-line. A gente tem consumidores que já vieram à loja perguntar se já está tendo promoção, porque seguem as nossas redes sociais e tem o aplicativo do Boticário. Aqui por ser numa loja de centro, temos poucas vendas on-line, temos mais vendas no presencial. As pessoas já estão passeando pelo centro, pagando contas e já vem gastar um pouquinho, aproveita pra poder comprar”, explica a gerente
Por Julisandy Ferreira
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