Sem aditivo, hospital São Julião suspende realização de cirurgias

Reprodução/Facebook
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Sesau garante que novo acordo deverá ser firmado para contratualização de mais atendimentos

Parte das cirurgias gerais realizadas no hospital São Julião precisou ser suspensa a partir da segunda quinzena do mês de abril. A decisão foi necessária, após a falta de renovação de um contrato com a Sesau (Secretária Municipal de Saúde), que repassava, por meio de um aditivo, desde o ano de 2020, e que possibilitava a realização de 100 cirurgias, além das 26 já contratadas pelo contrato “mãe”, do município com o hospital.

Para o jornal O Estado, o diretor técnico do hospital, Dr. Augusto Brasil Filho, afirmou que no contrato entre o hospital São Julião e a Secretaria de Saúde do Município existem obrigações e deveres e dentre eles está a realização de vinte e seis cirurgias mensais, o que estava sendo feito normalmente, porém, no período da pandemia, em 2020, houve uma demanda reprimida, pois centros cirúrgicos ficaram parados.

A partir disso, tanto o governo do Estado quanto o município, iniciaram a criação de incentivos para que o hospital pudesse ampliar a capacidade de operacional e aumentar o número de procedimentos realizados.

“O São Julião se disponiblizou a esse trabalho, junto aos órgãos competentes e então ficou contratado com a Secretaria do Município de que nós iríamos ampliar nossas cirurgias para 100 cirurgias mensais. Enquanto este contrato for vigente, nós fizemos essas cirurgias, atendemos toda a demanda, depois surgiu, paralelamente, um outro incentivo, que foi do governo do Estado, e nós também assumimos e, portanto, chegamos a ampliar nossa cirurgia a duzentas cirurgias por mês. Entretanto, como esses contratos foram vencidos, em dezembro de 2022, nós não temos condição de dar continuidade a esse volume de atendimentos, porque o custo é muito alto e nós precisamos ter uma garantia de que temos condição financeira e operacional para continuar mantendo isso”, explicou Augusto.

Ele afirma também que o hospital, desde o início, sinalizou o interesse de continuar fazendo o atendimento, porém, até agora, não houve um uma conclusão sobre a posição, mas que isso pode ser reestabelecido a qualquer momento, a partir do momento que a Sesau renove o contrato.

Em relação aos pacientes que aguardam cirurgia, o gestor de produção Ariel Marcos afirma que ninguém deixou de ser atendido e que nenhum deles perdeu o direito ou não poderá realizar a cirurgia, porém, o tempo de espera para o procedimento deve ser mais longo, uma vez que a demanda, que era antedida anteriormente, de 126 cirurgias mensais, deverá ser reenquadrada em 26 mensais.

“Nós temos algumas cirurgias que ainda estão marcadas, mas os pacientes foram informados dessa suspensão, ainda sem previsão. As cirurgias serão realizadas, mas com um tempo de espera um pouco maior, mesmo porque, não podemos dar uma data para o paciente, sem saber, ao certo, como será a questão do contrato, pois assim que ocorrer a renovação, nós temos total interesse em realizar as cirurgias, o mais rápido possível”, afirmou Ariel.

Para o jornal O Estado, uma paciente, que preferiu não se identificar, informou que, desde dezembro, aguarda pelo agendamento da cirurgia, contudo, em consulta recente no hospital, foi informada de que o procedimento segue sem data para ser realizado. “Se for contar a consulta com o cirurgião, esperei desde dezembro. Agora, a cirurgia pra marcar tô esperando desde sábado, que era quando ele ia agendar. Isso por que eu paguei os exames por fora, na tabela social. Se fosse esperar pelo SUS, o ultrassom não tinha nem previsão de agendamento”, lamentou.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde será necessário realizar um novo contrato, junto com a unidade hospitalar. “Para este aditivo foi utilizado recurso pontual de emenda parlamentar, prevendo um número específico de procedimentos a serem realizados. Desta forma, o que poderia ser feito é um novo contrato e não a renovação do mesmo. Os valores podem ser consultados com a própria instituição. O município mantém as tratativas com o hospital São Julião, assim como todos os outros hospitais contratualizados, com o objetivo de assegurar a manutenção e ampliar a oferta de serviços prestados à população”, finalizou a secretaria, em nota.

Por Camila Farias – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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