A cachoeira Água Branca é considera a segunda maior cachoeira de queda livre de Mato Grosso do Sul e está localizada entre os municípios de Pedro Gomes e Sonora. Porém este local está ameaçado pela construção de uma PHC (Pequena Central Hidrelétrica), que pode ser construída a metros antes da queda d’água.
A ONG (Organização Não Governamental) Ecoa está acompanhando o caso em conjunto com outras organizações que formam a Rede Pantanal. A Ecoa está analisando o empreendimento e realizou viagens para a região para investigar os possíveis danos ambientais, sociais e econômicos da construção da PCH.
De acordo com dados da Ong a licença para a construção da PHC existe desde 2021 e tem validade até 2025, com o objetivo de gerar 2,9 MW de energia. O Imasul (Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul) estimou que o barramento da queda d’água deve desviar 80% do fluxo da cachoeira, o que pode causar impactos ambientar e sociais irreversíveis.
Moradores do local ouvidos pela Ong demonstram preocupação com a construção da PHC. Gilberto Paixão mora na região a mais de 30 anos e se mostra preocupado com o assoreamento. “Há vinte anos atrás eu entrava nesse rio com as mãos para cima, ele me cobria. Hoje está batendo no meu calcanhar porque assoreou tudo. O plantio desnaturado da soja e desmatamento estão sendo grande demais por aqui”.
O casal proprietário da fazenda Dallas, Nelson e Nadir Martins, estão no local há 36 anos, na porção abaixo do paredão que forma a queda d’água. Eles contam que estão espantados com a possibilidade de perder as belezas da região. “Estão pensando só no fator econômico. É lamentável o que querem fazer para beneficiar duas, três pessoas, em detrimento do futuro turístico que esse local poderia ter. O pior é que o município se vangloria dessa cachoeira e está a favor de construir a usina”.
Os impactos causados pela construção pode ir desde o turismo na região até na renda de famílias do local, devido a redução de peixes no curso da água que irá influenciar na pesca.
A Ecoa e a Rede Pantanal já enviaram um manifesto para o MPE (Ministério Público Estadual) para denunciar o problema e enfatizar a “certeza de evidentes danos ambientais” no local.