Secretário de Saúde afirma que atendimento especializado ainda é desafio, no Estado

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Concentrar serviços de maior complexidade em cidades maiores impulsiona economia de escala

As últimas notícias divulgadas nas edições anteriores do jornal O Estado mostraram as condições de saúde enfrentadas pela população que reside nos municípios do interior do Estado. Diante disso, é importante lembrar que uma proposta apresentada pelo atual governador Eduardo Riedel, durante a campanha eleitoral, foi a de regionalizar a saúde e, ainda, oferecer qualificação aos profissionais. O projeto também pretendia fomentar a qualidade da saúde, em Mato Grosso do Sul.

Conforme divulgado anteriormente pelo jornal O Estado, atualmente, 15 municípios seguem sem a infraestrutura e os recursos necessários para a construção de uma unidade hospitalar própria e até nas cidades que já contam com um hospital, a falta de profissionais especializados ainda faz com que mensalmente cerca de 300 pacientes tenham que deixar suas localidades em busca de uma consulta, em Campo Grande.

Questionada, a SES/MS (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul) explicou que a regionalização da saúde é um dos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), que organiza a descentralização das ações e serviços de saúde e busca promover a equidade, a integralidade na atenção à saúde, a racionalização dos gastos e otimização dos recursos. “A concentração de certos serviços de maior complexidade em municípios maiores gera ganhos em termos de economia de escala e qualidade”, esclareceu em nota.

Além disso, a secretaria informou que a estratégia do governo do Estado é primordial para corrigir as desigualdades no acesso e a fragmentação dos serviços de saúde, por meio da organização funcional do SUS, bem como promover relações mais cooperativas e solidárias entre os gestores do SUS e qualificar a capacidade de gestão dos sistemas municipais de saúde.

Mesmo assim, o secretário estadual de Saúde, Mauricio Simões, confirmou que a regionalização segue sendo um grande desafio, levando em consideração que Mato Grosso do Sul é um Estado territorialmente extenso e ainda enfrenta segmentos com dificuldades de acesso até de mobilidade, com pacientes seguindo, muitas vezes, pelas estradas, atrás de saúde. “As distâncias são enormes e nós precisamos trabalhar a regionalização da saúde para facilitarmos o acesso”, disse.

 

INVESTIMENTO

Na próxima segundafeira (8), o governador Eduardo Riedel lançará o programa MS Saúde que vai investir, aproximadamente, R$ 52 milhões, para atender cerca de 15 mil pessoas que estão na fila por cirurgiaseletivas e desafogar os principais gargalos da saúde.

A ação para zerar a fila será feita aos moldes do “Opera MS”, executado na gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja. No entanto, serão acrescentados, no novo modelo, cirurgias estéticas reparadoras, causadoras de bullying e preconceitos na rede pública escolar. O governo também pretende investir em reformas e ampliação de 17 hospitais no interior. Além do repasse de R$ 60 milhões para a chamada atenção primária, que são os postos e unidades básicas de saúde.

 

HOSPITAIS NO INTERIOR

Conforme já foi divulgado pelo jornal O Estado, apesar da necessidade em cidades do interior, dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, ao menos 16 cidades ainda não possuem hospitais próprios para atendimento à população local, dependendo, assim, de transferências para cidades vizinhas, muitas vezes a quilômetros de distância.

Em contrapartida, Dourados, que é a segunda maior cidade, localizada a aproximadamente 230 quilômetros de Campo Grande, está com um hospital regional em construção. A obra, avaliada em R$ 41.132.193,18, começou em 2020, quando a previsão de entrega era novembro de 2021, mas, até o momento, não foi inaugurado.

Conforme o secretário estadual de infraestrutura e logística, Hélio Pellufo, a obra é emblemática e logo estará à disposição da população. “A construção tem sido realizada em consonância com os maiores padrões de qualidade e pretendemos acelerar a entrega para que o novo hospital atenda os 34 municípios das regiões da Grande Dourados, Conesul e Faixa de Fronteira”, informou.

A situação é semelhante em Três Lagoas. Em junho do ano passado, a Prefeitura Municipal inaugurou o primeiro hospital regional da cidade, que foi construído para ser referência em tratamentos de alta complexidade atendendo 11 municípios da região costa leste. 

Entretanto, em março desse ano, a instituição não estava atingindo a meta de atendimentos previstos em contrato assinado entre o governo do Estado e o Instituto Acqua, responsável pela administração da unidade.

O assunto foi levantado pelo diretor do hospital, Henrique Schultz, durante reunião com representantes do Conselho Municipal de Saúde de Três Lagoas. O hospital intitulado hospital regional Magid Thomé conta com 116 leitos, clínica geral, clínica cirúrgica, clínica pediátrica, UTI adulto e pediátrica, além de leitos de observação em pronto socorro, distribuídos em diversos tipos de atendimentos, como cardiologia, urologia, otorrinolaringologia, cirurgia geral, pediatria, endocrinologia, gastroenterologista, neurologia clínica, oftalmologia, pediatria, pneumologia, entre outros.

 

 

Por Tamires Santana– Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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