Regramento para o uso da IA foi recado forte para os criadores de conteúdo em ano eleitoral
“Minha avaliação é de que, ao estabelecer essas diretrizes, o TSE não apenas faz o que pode para proteger a veracidade da informação circulante nas eleições, mas também envia uma mensagem forte sobre a necessidade de responsabilidade tanto dos criadores de tecnologia quanto dos usuários, especialmente em contextos tão críticos quanto o eleitoral”, Kenneth Corrêa.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou na noite da última terça-feira (27), uma resolução para regulamentar o uso da inteligência artificial durante as eleições municipais de outubro. A norma veta o deepfake e cria restrições ao uso de inteligência artificial. Fica restrito também o uso de chatbots para substituir pessoas reais nas ações de campanha. Quem descumprir a determinação poderá ser punido com a cassação do registro de candidatura ou com a perda do mandato, caso seja eleito.
Para o Diretor de Estratégia na 80 20 Marketing, Professor de MBA na FGV, especialista em Inovação e Tecnologias Emergentes, incluindo Inteligência Artificial, Metaverso e Dados, Kenneth Corrêa, a resolução aprovada é positiva, pois, representa um avanço no uso consciente e ético das tecnologias emergentes.
“Acompanhei de perto a decisão recente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a regulamentação do uso da Inteligência Artificial (IA) nas eleições de outubro. Venho acompanhando as discussões não só do TSE mas das outras instâncias no Brasil, e no mundo também. Essa resolução é um importante passo na direção de um uso mais consciente e ético das tecnologias emergentes, as quais têm tanto potencial para transformar positivamente nosso mundo quanto têm riscos associados ao seu uso indevido”, diz Kenneth.
Ele destaca também, a importância da proibição do uso de deeppfakes. “Particularmente, a proibição do uso de deepfakes e a exigência de identificação clara quando a IA é empregada na criação de conteúdo sintético (artificial, fake) são aspectos importantes dessa decisão. Eles destacam a possibilidade real de que as inovações tecnológicas, ao serem mal aplicadas, podem comprometer a integridade do processo eleitoral, confundindo os eleitores e distorcendo o debate público com informações fabricadas. Minha avaliação é de que, ao estabelecer essas diretrizes, o TSE não apenas faz o que pode para proteger a veracidade da informação circulante nas eleições, mas também envia uma mensagem forte sobre a necessidade de responsabilidade tanto dos criadores de tecnologia quanto dos usuários, especialmente em contextos tão críticos quanto o eleitoral”, pondera.
E conclui que, “Mas não parar por aí, é fundamental continuarmos a dialogar sobre como podemos avançar na adoção ética de tecnologias como a IA, garantindo que seu potencial seja utilizado para enriquecer e aprimorar nosso tecido social, e não para corroê-lo. Esta decisão do TSE é um passo nessa direção, mas deve ser vista como parte de um processo contínuo de avaliação, aprendizado e ajuste”, afirma Kenneth.
No total, os ministros aprovaram 12 resoluções com temas como financiamento decampanha, pesquisas eleitoras e registro de candidatos. As normas vão orientar os candidatos, partidos políticos, eleitores para as eleições municipais que acontecem no dia 6 de outubro, quando serão eleitos novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
Kenneth Corrêa
Kenneth Corrêa é Diretor de Estratégia na 80 20 Marketing, Professor de MBA na FGV, e Palestrante Internacional. É especialista em Inovação e Tecnologias Emergentes, incluindo Inteligência Artificial, Metaverso e Dados, com mais de 15 anos de experiência em projetos de Marketing e Tecnologia para empresas líderes em seus setores. Com mais de 100 palestras, incluindo um TEDx, Kenneth é um reconhecido especialista em inovação e tecnologia. Ele já treinou times de algumas das maiores empresas do mundo, como: The Walt Disney Company, Bradesco, Santander, Petrobras, AMBEV, L’Oreal e Sem Parar. Começou sua carreira internacional em 2023, treinando times na Inglaterra, Islândia e Estados Unidos.
O que é Chabot?
Um chatbot é um software baseado em uma Inteligência Artificial capaz de manter uma conversa em tempo real por texto ou por voz.
O que é Deepfake?
O deepfake é uma tecnologia usada para criar vídeos falsos, porém bem realistas, com pessoas fazendo coisas que nunca fizeram de verdade ou em situações que nunca presenciaram. O algoritmo utiliza inteligência artificial para manipular imagens de rostos e criar movimentos, simulando expressões e falas.
Por Daniela Lacerda.
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