Psicólogo contratado por defesa de Stephanie alega que abusos sofridos por ela afetaram o comportamento da ré

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

Durante depoimento no Tribunal do Júri, na tarde desta quarta-feira (4), psicólogo forense contratado pela defesa de Stephanie de Jesus Silva, de 26 anos, argumenta que a ré sofreu abusos no relacionamento com o ex-marido, Jean Ocampo, e com Christian Campoçano Leitheim, também réu pela morte de Sophia Ocampo, aos 2 anos de 7 meses, em janeiro de 2023.

Aos jurados, o profissional afirmou que são informações clínicas e destacou que os problemas com ela são frutos de negligência paterna e materna. Em uma das ocasiões, citou um suposto abuso enfrentado por ela, por parte do então namorado da mãe dela.

“Essas negligências marcam profundamente a fase inicial da vida, que é onde se começa o desenvolvimento da formação, um padrão de apego. Logo no início da vida ela já tem formado um padrão de apego inseguro pelas figuras importantes, como pai e mãe. No caso aqui, são duas figuras. Então, acrescenta um dano maior à questão do desenvolvimento da saúde mental. Outra questão da negligência que foi verificada, foi quando contado e relatado dessa questão do possível abuso sofrido pelo namorado da mãe, à época, de providências mais severas não terem sido tomadas. Então, essas situações, assim como outras ambientais, contribuem nesse sentido da sua pergunta em relação à questão da formação dos vínculos que ela possa ter no futuro”, disse.

Dessa forma, o psicólogo pontua que os traumas sofridos por ela causaram uma predisposição para que problemas sejam enfrentados no futuro, na busca de “configuração de novos relacionamentos”.

Entenda o caso

No dia 26 de janeiro de 2023, Sophia foi levada até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antônio, em Campo Grande, pela mãe Stephanie de Jesus Silva, 26 anos, já sem vida. Laudo médico atestou que a menina estava morta há algumas horas, vítima de trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica).

De acordo com a investigação, a menina sofreu violência ao longo dos 2 anos de vida, sendo vítima de castigos que resultaram em hematomas por todo o corpo. Exame necroscópico também apontou que a pequena tinha ruptura cicatrizada do hímen, sinal de que sofreu violência sexual.

Colaborou Ana Cavalcante

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