Com assistência 24 h, fatores como redistribuição de funcionários, insumos e valores precisam ser revistos
Projeto para reativação do Hospital da Criança de Campo Grande, que passaria a se chamar “Hope”, esperança em inglês, será reavaliado após pedido da prefeitura para que o atendimento seja ampliado. A proposta, feita pela Maternidade Cândido Mariano, ficou pronta e chegou a ser apresentada ao município, no entanto será refeita para incluir serviço de pronto atendimento 24 horas. Por conta disso, o lançamento, que estava previsto para o dia 26 de agosto, no aniversário da Capital, não tem prazo para acontecer.
Rodrigo Lucchesi, diretor- -executivo da maternidade, conta que a proposta apresentada incluía a oferta de cirurgias eletivas e atendimentos especializados. A intenção era de que por mês fossem atendidas 2.500 crianças na área da pediatria geral, 600 na especializada, que inclui serviços não disponibilizados no SUS (Sistema Único de Saúde), como cardiologia, neurologia e gastroenterologia, por exemplo, além de 180 cirurgias eletivas. Cerca de 250 profissionais de diferentes áreas estarão envolvidos no serviço prestado.
“Essa era a proposta, mas o prefeito pediu que, além desses serviços, gostaria do pronto atendimento 24 horas para dar um suporte a mais para a população. Agora, estamos estudando o projeto dentro deste pedido, que demanda outras coisas, inclusive, disponibilidade de recursos dos governos federal e estadual”, explica.
Entre as mudanças que terão de ser feitas, Rodrigo lista redistribuição de funcionários, turnos, alterações administrativas, de insumos e, consequentemente, de valores. “Tudo terá de ser revisto. Vamos fazer um estudo de local para saber se o prédio comporta, se a recepção tem capacidade para todas as crianças, analisar se a entrada e saída de carros será possível. São diversos fatores”, pontua.
A intenção é de que a unidade seja completa e preste serviço em todas as etapas necessárias, desde consulta e avaliação médica, exames, internação até cirurgia e pós- -operatório. “Será um local projetado para oferecer começo, meio e fim do tratamento, para que a criança saia totalmente reabilitada”, explica Lucchesi.
Enquanto os entraves burocráticos não terminam, em Campo Grande só aumenta a fila de crianças que aguardam por cirurgias e consultas em áreas especializadas, situação que ficou ainda pior na pandemia. De acordo com o diretor-executivo da maternidade, o tempo de espera para uma avaliação com endocrinologista, por exemplo, passa de um ano e sete meses. Para uma consulta que avalia a necessidade de cirurgia, o prazo tem sido de um ano e meio.
“Já operamos crianças que estavam aguardando por uma cirurgia de hérnia há 6 anos ou que chegam e já nem são mais crianças. A ideia do hospital é dar agilidade a esse processo que hoje é muito demorado”, finaliza.
A ideia da SES (Secretaria de Estado de Saúde) é alugar o espaço onde ficava o Hospital da Criança, na Rua Euclides da Cunha, até que o governo construa prédio próprio, inicialmente previsto para ser erguido no estacionamento da Maternidade Cândido Mariano. Acesse também: “Patinador do Geladão” é atração em Campo Grande
(Texto: Clayton Neves)