Procura pela nova vacina que protege contra a dengue está em queda

Fotos: Marcos Maluf
Fotos: Marcos Maluf

Na rede particular, a média é de 30 aplicações ao mês do imunizante que protege contra quatro tipos da doença

A nova aliada no combate à dengue, a vacina Qdenga (TAK003), tem pouca procura na Capital. Disponível na rede particular de Campo Grande desde junho de 2023, o imunizante vem sofrendo uma queda de interesse da população. As clínicas de imunização informaram que neste mês de agosto a procura pelo imunizante ou informações a respeito diminuíram drasticamente.

Em levantamento feito pelo jornal O Estado, as clínicas de imunização Imunitá e Vaccini apontaram que realizam, em média, a aplicação de 30 vacinas contra a dengue por mês. O interesse sobre informações acerca do imunizante também caiu exponencialmente. Conforme noticiado na edição de junho deste ano, as principais dúvidas da população eram quanto ao valor da vacina, sua cobertura de proteção contra doenças, intervalo entre as doses, qual a faixa etária e se estaria disponível também pelo SUS.

Ao jornal O Estado, a Dra. Ana Carolina Nasser, médica responsável pela clínica Vaccini, revelou que o imunizante mais procurado pela população é contra a herpes zoster, uma doença incapacitante. “É uma doença que traz muitos prejuízos aos pacientes. A herpes zoster é causada pela reativação do vírus da varicela e estatisticamente 99,5% dos adultos acima de 40 anos ou mais já estão infectados com o vírus da herpes zoster. Uma média de 1 a cada 3 desses pacientes desenvolveram a doença. Independentemente do valor de mercado, as pessoas que nos procuram o fazem por indicação médica e/ ou contraíram a doença e não querem mais conviver com a dor dilacerante que ela promove”, explicou.

Sobre a nova vacina da dengue, a médica esclareceu que durante as consultas reforça aos pacientes a importância dessa imunização contra os quatro tipos de doenças que são causados pelo Aedes aegypti. “A vacina da dengue é a segunda vacina que temos no mercado. Ela tem eficácia maior do que anterior. A procura está normal, apesar de termos notificação da doença no nosso Estado. O valor mantêm-se o mesmo. É uma vacina extremamente eficaz para uma doença tão incapacitante e debilitante. Fazemos, em média, 30 doses por mês e estamos sempre, em consulta, reforçando a importância”, revelou

Cabe destacar que conforme a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a vacina Odenga, desenvolvida pela empresa Takeda Pharma, do Japão, é um novo imunizante que combate os quatro tipos de vírus da dengue (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4). Seu registro foi aprovado em março deste ano, por meio da resolução RE 661/23.

A vacina é recomendada para pessoas entre 4 e 60 anos de idade. O medicamento é aplicado em duas doses, no intervalo de três meses (90 dias), para o ciclo completo de proteção. Na Capital, o imunizante está disponível desde junho deste ano, na rede particular. O valor médio de cada dose é R$ 600, podendo variar diante de convênios, pacotes ou forma de pagamento

Fotos: Marcos Maluf

Vigilância Sindrômica no combate a epidemias

Em parceria com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Opas (Organização Panamericana de Saúde) e SES/MS (Secretaria Estadual de Saúde), a Vigilância Sindrômica é uma estratégia da Vigilância Epidemiológica que atuará na detecção de um conjunto de manifestações clínicas, com o objetivo de identificar precocemente a maior quantidade de casos e, assim, evitar ou reduzir surtos, permitindo que as autoridades de saúde pública respondam, de forma rápida e eficaz, para a adoção de medidas prévias de controle.

Campo Grande é uma das pioneiras na implementação do serviço, havendo equipes especializadas apenas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Quando efetivada a instalação da vigilância sindrômica na UPA Coronel Antonino, a expectativa é que as demais unidades de urgência e emergência também passem a contar com a vigilância sindrômica.

A biomédica Laisla Zanetoni está responsável pela implementação do serviço na unidade, e explicou que, para a realização do protocolo, não é necessária uma suspeita clínica para a realização dos exames. “Após passar pela triagem de praxe da unidade, explicamos ao paciente que, de acordo com os sintomas referidos, ele se enquadra em uma das síndromes que são o nosso foco. O paciente é informado de que serão realizado exames complementares aos da rotina médica e quais os tipos de coleta. Caso ele concorde, procedemos então para um cadastro e o paciente segue para a consulta médica normalmente”, comentou.

 

Casos de dengue estão em declínio

Uma queda positiva tem sido nos registros de casos notificados de dengue, que apresentaram diminuição nos últimos meses, conforme apontou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Apesar da boa notícia, a secretaria reforçou o alerta à população sobre a importância de manter as medidas de prevenção e combate ao mosquito. Do dia 1º de janeiro ao dia 15 de agosto foram notificados 14.623 casos e cinco óbitos foram provocados pela doença no município. No mesmo período, foram notificados 59 casos de zika e 130 de chikungunya.

Na avaliação do secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, este resultado reflete o esforço conjunto, no combate a essa doença, tão preocupante, e reitera a necessidade dos cuidados permanentes. “Mesmo que os números sejam positivos, não podemos baixar a guarda. A prevenção e o combate ao mosquito Aedes aegypti devem continuar sendo uma prioridade. São ações simples, mas extremamente eficazes, como eliminar os criadouros do mosquito em nossas casas e quintais, evitar o acúmulo de água parada, manter as caixas d’água bem fechadas e utilizar telas nas janelas”, destacou.

Conforme boletim emitido pela Gerência Técnica de Endemias do Serviço de Vigilância Epidemiológica da Sesau, no último bimestre houve uma queda de mais de 80% no número de casos notificados. Em maio deste ano, foram notificados 2.927 casos da doença, enquanto nos meses de junho e julho foram 633 e 506 notificações, respectivamente.

 

Por Suelen Morales – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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