Prefeitura reabre licitação de corredores de ônibus após 2 anos de paralisação

Ônibus
Foto: Valentin Manieri

Passageiros do transporte coletivo e comerciantes são contrários à instalação das centrais de embarque/desembarque na Rua Bahia.

A instalação dos corredores de ônibus no meio de algumas vias de Campo Grande segue sendo um problema para muitos, em especial para os comerciantes. Com obras paradas na Rua Bahia e Avenida Bandeirantes, a prefeitura da Capital abriu, na última sexta -feira (18), o edital para relicitação da implantação das estações de embarque, após paralisação do certame por dois anos. 

Segundo o edital, a documentação de habilitação e as propostas deverão ser entregues até as 9h do dia 10 de janeiro de 2023. Esta é uma das fases para que a obra seja efetivamente desemperrada e a empresa termine a construção. 

Questionados pelo jornal O Estado, comerciantes e moradores da região da Rua Bahia afirmam que são contrários à instalação dos corredores de ônibus e alegam ser “desnecessário” o novo modelo a ser implantado. Camila Arnaldo, 28 anos, trabalha na loja Namastê, que fica em frente de um dos locais onde seria instalada uma estação de embarque e desembarque; ela afirma ser contrária à instalação do novo projeto.

“São poucas as pessoas que pegam ônibus aqui. O problema sempre é para estacionar, são várias as lojas aqui na região, então a demanda de estacionamento é grande. Com essas faixas de ônibus, e esse possível corredor [que não vai acontecer] tornará pior a situação aqui. Não concordamos, pois estamos aqui diariamente, vendo a realidade, e não há necessidade alguma para essa obra”, pontuou. 

A gerente comercial de uma loja, também localizada na via, diz temer pelo funcionamento do corredor de ônibus. 

“O trânsito aqui é caótico, e com isso tende a piorar. Já está há dois anos parado, o que temos são acidentes, de vez em quando, em razão da falta de espaço para os carros e do fluxo que sempre é constante. Sem vaga para parar e estacionar, alguns clientes vão embora, ficam nervosos com o trânsito e não ficam. Quem perde somos nós”, reclamou. 

Demais lojistas da Rua Bahia, que não quiseram se identificar, também se mostraram contrários à mudança e foram à Justiça para tentar barrar as obras. Segundo o grupo, o corredor de ônibus vai reduzir drasticamente as vagas para estacionamento e prejudicar o comércio. “Somos contra a instalação das novas estações, em razão do risco de segurança. Já tivemos várias reuniões na prefeitura, e eles disseram que já tinham começado, com isso iam terminar. Já entramos com ação, e pretendemos recorrer.”

Usuários do transporte público também não receberam bem o novo projeto. Dona Josefina Cardoso, 57 anos, costuma pegar o transporte público na Avenida Mato Grosso, próximo do local, em razão do fluxo de ônibus ser maior. Josefina ainda contou que não vê a necessidade das obras.

“Passam poucos ônibus aqui. Temos a Avenida Mato Grosso aqui perto, é mais fácil ir lá que tem várias opções. É difícil encontrar pessoas no ponto aqui, são casos específicos. Isso será para gastar dinheiro, e não acho que será bem utilizado pelos usuários”, analisou a costureira.

Por Brenda Leitte – Jornal O Estado de MS.

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