Enquanto isso, entidades pontuam que melhor opção seria a admissão, por meio de concurso público
Com investimento de cerca de R$ 200 milhões, a Prefeitura de Campo Grande anunciou, nesta semana, a construção, dentro de um ano, do primeiro Hospital Municipal da Capital, em uma PPP (Parceria Público-Privada). O complexo será uma unidade hospitalar e de diagnóstico, com 250 leitos. A notícia nem esfriou ainda e já existem dúvidas quanto ao quadro de profissionais de saúde que trabalharão no local.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, o complexo hospitalar atenderá, exclusivamente, pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e não haverá remanejamento de profissionais da saúde para a unidade. “Vamos fazer novas contrações, por meio da parceria público-privada, em torno de 1.500 funcionários, entre: médicos, enfermeiros, técnicos, administrativo, limpeza e operacional, para atender os 250 leitos”, pontuou.
Sobre os valores que serão necessários para a manutenção mensal do hospital, o secretário disse que ainda não tem como estimar. “O custo mensal vai depender da complexidade que atingiremos, no final. Por exemplo, se teremos um ou duas ressonâncias, tomográfica. Não tem como mensurar ainda”, explicou o secretário.
Atualmente, a Rede Municipal de Saúde de Campo Grande conta com um total de 1.313 médicos vinculados, distribuídos da seguinte forma: 481 são profissionais concursados, 704 são convocados e 128 estão em regime de residência médica. Além dos 1.313 médicos, também atuam na saúde outros 1.452 profissionais de enfermagem, sendo 520 enfermeiros, 927 técnicos e 15 auxiliares.
Segundo Ângelo Macedo, presidente do Sinte/PMCG (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande), para atender a nova unidade será necessária a contração de novos profissionais da enfermagem, principalmente, por meio de concurso público. “O Hospital Municipal é uma necessidade há muito tempo, mas não se constrói algo desse porte às vésperas do ano eleitoral. É necessário realizar concurso, para atender à rede”. disse.
Além disso, conforme o presidente do SinMed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana, ele ressalta a importância do projeto de construção do hospital e entende que o vínculo empregatício deve ser por concurso público, para a fidelização do quadro de profissionais, já que a finalização deste projeto ainda levará um determinado tempo, havendo assim tempo hábil para a realização de concurso.
Cabe destacar que a unidade terá 250 leitos, com 10 salas de Centro Cirúrgico e UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e antederá às 10 unidades de Urgência e Emergência da capital. O complexo será construído em terreno de aproximadamente 15 mil metros quadrados, sendo 10 mil metros quadrados construídos. Serão dois andares, em um funcionará o centro de diagnóstico e no segundo, a ala de internação. O complexo deverá contar também com um heliponto, para receber vítimas com necessidade de atendimento imediato. A ideia é reunir todos os atendimentos no mesmo local, com médicos especialistas, exames laboratoriais, cirurgia e UTI. Assim, o paciente não precisará se deslocar. A prefeitura tem 3 áreas selecionadas e definirá o local escolhido ainda neste mês. A previsão é que o hospital seja entregue em 2024.
Centro de Referência da Mulher com atendimento exclusivo materno-infantil
Um centro público especializado na saúde da mulher e do seu filho, é com essa missão, de atender à população feminina, que a Prefeitura de Campo Grande está prestes a abrir a porta de uma nova unidade de saúde, denominada,“Saúde Delas, Centro de Referência da Mulher – Atendimento Materno- -Infantil”. A estrutura foi planejada para que as mulheres sintam-se acolhidas desde o momento que entrarem no local. Lá, poderão passar por consultas especializadas e exames. A estrutura absorverá os atendimentos que, até então, são realizados no Ceam (Centro de Atendimento à Mulher) e CEI (Centro de Especialidades Infantil), ambos serviços que funcionam em locais distintos. Ontem (15), a prefeita Adriane Lopes e o secretário de Saúde, Sandro Benites, fizeram um visita técnica ao local, para conferir as obras de readequação do espaço
“Aqui, as mulheres terão a oportunidade de fazer seu pré- -natal, acompanhamento da saúde, mas também trazendo seu filho para esse contexto de grande relevância, pois a primeira infância é muito importante e nós estamos trabalhando para trazer resolutividade na área da saúde, mas, especialmente, às mulheres e para nossas crianças”, disse a prefeita Adriane Lopes durante visita técnica para conferir o resultado das obras no local.
Dentre os atendimentos que serão oferecidos no centro, para as mulheres: Consulta em Gestação de Alto Risco, Consulta em Mastologia, Consulta em Planejamento Familiar, Consulta em Urologia – Planejamento Familiar, Consulta no Climatério, Serviço de Patologia Cervical, Nutrição, Consulta em Enfermagem, Serviço de Ultrassonografia. Nesta linha de cuidado é realizado o acolhimento à paciente e ao casal, com orientações, entrevista e palestra de inserção ao planejamento familiar, saúde da mulher e saúde reprodutiva. Para antedimento à criança, oferecerá: Consulta em Homeopatia, Consulta com Reumatologia pediátrica, Consulta em Cirurgia pediátrica, Consulta em Endocrinologia pediátrica, Consulta em Otorrinolaringologia pediátrica, Nutrição, Fonoaudiologia, Psicologia, Terapeuta Ocupacional, Educação Física, Assistente Social e Consulta em Enfermagem.
O prédio do centro foi escolhido por seu fácil acesso, por ser perto de um terminal de ônibus e em região próxima ao centro da cidade. A estrutura foi alugada e passou por uma reforma e adequação, para atender os pacientes. A estrutura possui 12 consultórios, brinquedoteca, 3 salas de exames, farmácia. O investimento da prefeitura, até o momento, foi só para readequar e ambientalizar o espaço.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, o aluguel será de R$ 80 mil reais por mês, valor que será custeado pelo repasse do Ministério da Saúde. Na verdade, serão remanejados do Ceam e do CEI. A unidade deverá atender de 400 a 500 pacientes por dia. Os atendimentos serão regulados pelo Sisreg (Sistema Nacional de Regulação). O secretário destacou a localização e infraestrutura da unidade. “Vamos ter um atendimento de primeiro mundo aqui. As mulheres e crianças de Campo Grande mereciam um local assim. Depois do que vi, terei que melhorar meu consultório particular”, disse o secretário de Saúde, Sandro Benites.
Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), os atendimentos começam no final de setembro e início de outubro.
Por Daniela Lacerda – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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