Mandados são cumpridos também em Campo Grande
O município de Terenos, localizado a 31 quilômetros de Campo Grande, está no epicentro de uma operação contra fraudes conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), nesta terça-feira (9). Entre os alvos está o prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB), preso na manhã de hoje.
Segundo informações preliminares, estão sendo cumpridos pelo menos 8 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. Em Terenos, agentes foram à Prefeitura, residências de empresários e a um bar. Já em Campo Grande, houve cumprimento de mandado em uma casa localizada no bairro Santo Antônio.
Em nota, a assessoria da Prefeitura de Terenos confirmou a ação e declarou que o Executivo municipal ainda não foi comunicado oficialmente sobre o “real motivo” da operação. O comunicado ressalta que a administração está colaborando com as autoridades, fornecendo documentos e informações solicitados.
“Reiteramos nosso compromisso com a transparência, a legalidade e o respeito às instituições”, diz o texto.
Continuidade de investigações
A ofensiva acontece pouco mais de um ano após a Operação Velatus, deflagrada em 2024 pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e pelo próprio Gaeco. Na ocasião, foram identificados indícios de fraude em licitações milionárias da Prefeitura de Terenos. O então secretário de Obras, Isaac Cardoso Bisneto, chegou a ser preso em Campo Grande, acusado de integrar o esquema.
As investigações apontaram a utilização de empresas sem experiência como fachadas para contratos, alguns assinados antes mesmo de haver sede física ou ligação elétrica. Conversas apreendidas pelo Ministério Público indicavam divisão prévia de contratos e repasses de valores a agentes públicos.
Em maio de 2025, o MPC-MS (Ministério Público de Contas) conseguiu no TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) a suspensão de contratos da Prefeitura de Terenos por indícios de fraude. A medida bloqueou pagamentos e impediu novos atos que pudessem causar prejuízos ao erário. À época, a gestão municipal afirmou ter aberto sindicâncias internas e garantiu que todos os contratos contavam com aprovação de órgãos fiscalizadores.
Até a publicação desta reportagem, o Ministério Público ainda não havia divulgado a lista dos presos nem detalhado os objetos apreendidos durante a operação desta terça-feira.
Com colaboração da repórter Brunna Paula
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