Pré-Carnaval deve movimentar até R$ 30 milhões no comércio da Capital

carnaval
Foto: Nilson Figueiredo e Marcos Maluf

No Brasil, festividade pode gerar R$ 9 bilhões, valor 10% mais alto do que o registrado em 2023

Com início mais cedo neste ano – previsto para os dias 10, 11, 12 e 13, o Carnaval já se mostra presente nas lojas físicas e on-line da Capital já na 1ª semana de fevereiro. De acordo com o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, a expectativa é que a festa movimente, aproximadamente R$ 30 milhões na economia de Campo Grande.

“Estamos vendo movimento um pouco diferente esse ano, onde o campo-grandense está aproveitando mais a cidade, e o interior está vindo mais para a Capital. As lojas de fantasias estão muito movimentadas, bares com expectativas altas, então acreditamos que o movimento vá chegar em torno de R$ 30 milhões”, disse Adelaido.

Seja no comércio central ou nos bairros, o que os lojistas afirmam com pontualidade, são as vendas respectivamente melhores no pré- -carnaval. No entanto, com o jeitinho brasileiro, a tendência é uma movimentação ainda maior na semana que vem, véspera da festividade. Segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o Carnaval 2024 deve movimentar R$ 9 bilhões, valor 10% mais alto do que o registrado em 2023.

Do físico ao on-line

No Paulistão do Monte Líbano, por exemplo, os itens coloridos e temáticos já tomam conta da entrada da loja e, com apenas R$ 1,90, é possível garantir caracterização para a festividade não passar em branco. Conforme apurado pela reportagem do jornal O Estado no local, as máscaras são comercializadas a R$ 1,90, o colar havaiano a R$ 2, a serpentina sai por R$ 5,90, o confete a R$ 3,90, o pompom a R$ 14,50, o arquinho temático a R$ 14,50. Tintas estão saindo a R$ 16,90 e a espuma a R$ 15,90.

A gerente da Mateplas – loja localizada na região central, Tayane Rodrigues, 21, explica que, por enquanto, no estabelecimento esse ano está mais fraco que em 2023, mas o movimento deve se intensificar na semana que vem.

“É muito cedo o Carnaval esse ano, mais cedo que no ano passado. Na semana vai estar vendendo bem e eu acredito que vai até dar uma afogada. Temos bastante artigos de Carnaval e fantasias, mas o que mais vende são as tintas de cabelo, arquinho de anjinho e diabinho, colar havaiano e no máximo aquela sainha de tule”, destacou.

Para a empreendedora e proprietária da marca Nun, Vanessa Nunes, 36, o período é de oportunidades. Ela, que hoje faz as vendas on-line, explica que seu segmento é moda praia e o objetivo da marca busca liberdade criativa, modelos diferenciados e uma costura que promova acolhimento aos diferentes tipos de corpos. Na loja, os itens são comercializados a partir de R$ 70 com teto em R$ 160 e trazem o caimento perfeito para quem curte aproveitar o tempo livre.

Com estampas holográficas, cheia de cores e texturas, a coleção OUSE NUN Carnaval focou em peças festivas, mas que ainda vem com o “a mais” e podem ser aproveitadas no dia a dia. “Este ano preparamos uma pequena coleção de Carnaval com peças de moda praia em materiais, cores e modelagens inspiradas no clima da festa. A ideia é que as peças sejam facilmente inseridas na composição dos looks de carnaval de forma bem prática e com muito estilo”, explicou a empreendedora.

Sex Shop, vendas de carnaval e tabu 

A empreendedora proprietária do Sex Shop on-line, Ossessione, Lauanne Martins, 23, avalia que as vendas costumam aumentar no período pré-carnaval. Afinal, nas datas da festividade, as pessoas estão mais focadas em aproveitar. Ao analisar os relatórios financeiros da empresa dos últimos anos, ela percebe que o período tem o 2º maior pico de vendas no mês e, quando chegam os dias oficiais da festividade, há uma queda de 20% a 26% das vendas.

“O primeiro maior pico do mês é a semana de pagamento, entre os dias cinco e dez. Eu já tinha percebido isso, pois as pessoas estão aproveitando os dias de Carnaval e não param para fazer compras na loja. Como esse ano o Carnaval é no início do mês, acredito que não vamos ter o que costuma ser o primeiro pico de vendas e vão estar mais preparadas para comprar no pós-Carnaval”, avaliou a empresária.

Segundo Martins, em quatro anos de empreendimento, ela percebe que o Carnaval fica atrás quando o assunto é mercado erótico. Datas como a Black Friday e o Dia dos Namorados, por exemplo, costumam ter maior movimento. Por isso, em datas especiais, empreendimentos como os Sex Shops costumam inovar.

“Costumamos trazer produtos e conteúdos interessantes para a data por ser um bom motivo para sair da rotina e experimentar coisas novas. O que costuma ter nessa época do ano [Carnaval], são pessoas buscando fantasias e algemas para compor fantasia de policial. Mas, mesmo não sendo uma data que movimenta muito, estamos ansiosos para fazer o lançamento de produtos para o Carnaval”, afirmou contente.

Na loja Ossessione, os produtos fixos variam entre R$ 8 e R$ 200. Em casos específicos, como vibradores mais modernos, os itens podem chegar a R$ 350 e, para aquelas que ainda preferem marcas reconhecidas e que garantem maior durabilidade, como, a Satisfyer – que fornece uma garantia de pelo menos 15 anos, a compra pode alcançar o patamar de R$ 600. Conforme pontua Martins, o assunto é um tabu e a clientela tem muito receio e medo de ser descoberta.

“É raríssimo alguma pessoa comprar sem vergonha ou medo que descubram que ela está comprando. Todo mundo quer uma embalagem discreta, selada e sem menção à loja. Já teve uma pessoa que não finalizou a compra porque achou que a sacola não ia fechada o suficiente. As pessoas compram como se fosse droga, com medo que alguém veja e com medo de ser julgado por isso”, destaca a empreendedora.

Por Julisandy Ferreira.

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *