Posto de gasolina abandonado se torna abrigo para usuários de drogas e focos da dengue

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

[Texto: Kamila Alcântara, Jornal O Estado de MS]

Comerciantes testemunharam os bons tempos de seu funcionamento, até restar apenas ruínas

Quem atravessar a Rua 14 de Julho pela João Pedro de Souza, trecho localizado na Vila Santa Dorotheia em Campo Grande, testemunha as ruínas do que há mais de seis anos foi o posto de gasolina referência na região. Após denúncia de moradores do bairro, a prefeitura já identificou focos de mosquito da dengue, mas não consegue localizar o responsável pelo problema.

Vizinhos dizem que foram anos de funcionamento do posto, passando de um dono para outro. Chegou a ser um “ponto de encontro” para quem trabalhava perto, com cafeteria bonita, bebida gelada e preço justo nos combustíveis comercializados.

Tudo mudou entre seis e oito anos atrás, quando o último proprietário não conseguiu arcar com os custos, o local foi abandonado e, com o aumento dos usuários de drogas por toda a cidade, o prédio teve as estruturas saqueadas e o que sobrou resiste ao tempo.

“Era um lugar lindo, que valorizava o comércio local. Infelizmente foi passando de empresário para empresário, até que o último abandonou e virou isso aí. Os usuários de drogas venderam tudo que podiam carregar e, o que restou da estrutura, virou abrigo para eles. Teve uma fase que era pior, mas cortaram o fornecimento de água no imóvel, então não aglomeram mais tanto durante o dia”, testemunha Regiane Moreira, 52, que tem comércio próximo há 26 anos.

Em outro estabelecimento, os funcionários disseram que o maior medo é quando chove e as estruturas do telhado, aparentemente soltas, parecem que vão voar e atingir alguém.

“Quando chove, os pedaços de zinco que ainda restam ficam balançando, o barulho é bem alto. Ficamos com medo de deixar o carro estacionado ali perto, pois achamos que qualquer dia vai cair e atingir uma pessoa ou veículo estacionado. Os usuários de drogas só a noite mesmo, mas fechamos a loja e saímos bem rápido”, compartilha Gabriel Nathan, 22 anos.

A equipe do Estado entrou no local e constatou que o que seriam os reservatórios de combustível, no chão, perderam as tampas e agora acumulam água da chuva e lixos, se tornando uma “piscina” para as larvas de mosquitos da dengue. Um homem jovem dormia no que um dia foi a cafeteria, entre os mais variados tipos de objetos descartados por ali.

Por ser um imóvel com estrutura levantada e foco de dengue já detectados, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que já está ciente sobre este local específico, uma vez que duas outras denúncias já foram formalizadas. Com isso, promete que enviará uma nova equipe da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais) ao local para verificar a situação e, novamente, tentar identificar o responsável pela área para fazer a notificação e solicitação de regularização da área.

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