Por determinação do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, as cinco penitenciárias federais do país, incluindo a de Campo Grande, passarão por revisão em todos os equipamentos e protocolos de segurança. A medida ocorre após a fuga inédita de dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, nesta quarta-feira (14).
Em nota enviada à imprensa, Lewandowski determinou a ida do secretário Nacional de Políticas Penas, André Garcia, a Mossoró, juntamente com uma equipe de seis servidores, para investigação dos fatos e “a tomada de ações cabíveis no âmbito administrativo”.
Um desses servidores é um policial penal federal que irá assumir o comando da unidade, após o afastamento imediato do diretor. Além do secretário, o Ministro acionou a Direção-Geral da Polícia Federal e uma equipe de peritos para o local da fuga, para apurar a responsabilidade e atuar busca pelos fugitivos. A ação conta com um contingente de mais de 100 agentes federais.
Mobilização internacional
Os nomes dos fugitivos foram integrados no Sistema de Difusão Laranja da Interpol, a pedido da Justiça, bem como no Sistema de Proteção de Fonteiras, que conta com a mobilização da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para monitoramento de rodovias, e com a comunidade de polícia internacional.
A fuga
Na manhã de quarta-feira (14), dois presos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36 anos, conhecido como “Tatu” e Deibson Cabral Nascimento, de 34, chamado de “Deisinho”, fugiram de uma penitenciária de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
A fuga dos dois detentos é uma das primeiras ocorrências do tipo em uma penitenciária de segurança máxima no país desde a inauguração do sistema, em 2006.
Os dois presos estavam na penitenciária de Mossoró desde setembro de 2023, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Eles estavam entre os presos que participaram de uma rebelião em julho passado, no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, no Acre, onde cinco detentos foram executados com decapitações e esquartejamentos.
Deibson estava preso desde 2015, condenado por assaltos, furtos, roubos, homicídio e latrocínio. Rogério cumpria pena no Acre, bem como Deibson, e quando foi transferido para o Rio Grande do Norte. Ambos são apontados como membros de organização criminosa e cumpririam pena de dois anos, até 25 de setembro de 2025.