Pelas redes sociais, população se une para questionar valores das contas de energia elétrica

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

De um mês ao outro, diferença já ultrapassou os R$ 400 em algumas unidades consumidoras

Por meio do Grupo “Aonde Não Ir em Campo Grande”, a população se uniu, a fim de questionar os valores abusivos cobrados na conta de energia. Conforme mais de dez publicações na primeira semana de novembro, com fotos e relatos dos valores cobrados, a população se questiona por que o consumo, em alguns casos, obteve um aumento de mais de R$ 400 reais, de um mês a outro. Segundo afirmam, as alterações começaram a partir do segundo semestre de 2023 e têm sido cada vez maiores, causando desespero naqueles que possuem menos condições de arcar com a elevação nos preços. 

A aposentada por invalidez, Patricia Carvalho, 43, explica que tentou entrar em contato com a concessionária. No entanto, a Energisa comunica que o aumento se deu pela onda de calor do último mês. A aposentada chegou até mesmo a solicitar a troca do relógio e foi explicado que estava tudo certo e que não havia a necessidade da troca. Mas, ainda assim, ab moradora do Jardim Colúmbia buscou outras alternativas. “Já não sei o que fazer, liguei lá e eles falam que está tudo certo e para tudo arrumam uma saída. Quinta-feira (2), no feriado, eu chamei um técnico e tive que pagar a visita dele para verificar se tem algo errado, mas está tudo certo, a fiação é nova e não sei de onde está saindo esse valor abusivo”, argumenta. 

Pereira relata que possui hipertensão e também artrite reumatóide crônica, o que a leva à necessidade de fazer tratamento imunobiológico. Por mês, a aposentada toma sete vacinas e necessita da geladeira de casa para refrigerar as medicações. “Eu recebo um salário e sou aposentada por invalidez. Não estou dando conta de pagar a do mês retrasado e agora essa de R$ 511, que chegou. Como minhas medicações dependem da geladeira, possivelmente vou ter que ficar sem pagar, pois não tenho de onde tirar”, lamenta. 

A operadora de caixa Andreza Alves, 27, explica que não esperava o valor da conta de luz. Cadastrada no CadÚnico como baixa renda, ela estava com a conta de luz zerada há pelo menos, sete meses. No entanto, no último mês, teve uma surpresa com uma conta de R$ 218, que, segundo ela, fará falta no orçamento mensal. 

“Esse valor ajuda a comprar as coisas para o meu filho e agora vai fazer muita falta, ainda mais sabendo que não mudei absolutamente nada na rotina diária. Não estou falando somente por mim, são milhares de moradores de Campo Grande, pois depois que fiz a postagem vi muita gente com o mesmo problema. É triste saber que poderiam ajudar a gente de alguma forma, mas se aproveitam da situação para aplicar um exagero de valores”, conclui.

O microempresário Dener Luan Curan de Almeida, 29, relata que, há pelo menos três meses, o valor tem aumentado, em média, 20% a cada mês. Almeida justifica que não procurou a concessionária dessa vez, pois no passado, em uma situação semelhante, ele chegou a questionar uma conta com o consumo elevado e a Energisa justificou a bandeira vermelha. No entanto, não foi identificado nenhum problema. 

“Não adianta procurar o Procon pois, quando se trata de concessionária de água e luz, eles informam que é somente no juizado, por meios judiciais. A gente é feito de palhaço, pois eles fazem o que querem com o consumidor e temos que pagar e pronto. A do mês de novembro veio mais que o dobro do valor e eu não tenho justificativa nenhuma para todo este aumento”, argumenta. 

Outra consumidora, que prefere não se identificar, explica que a situação é complicada, pois não é um caso isolado e que muitas pessoas têm passado pela mesma situação. 

“Meus filhos estudam por tempo integral, meu esposo e eu trabalhamos, já estamos há mais de três meses sem chuveiro elétrico e, mesmo assim, a conta passou dos R$ 500”, lamenta.

Posicionamento

Em nota, o Procon Municipal pontuou que atuará na defesa dos direitos dos consumidores toda vez que for convocado, via abertura de reclamação e que, até o momento, “não houve registro de reclamações referente ao aumento abusivo e anormal na conta de energia elétrica”. 

A partir disso, o consumidor que se sentir lesado com o valor cobrado deve procurar o Procon. 

Conforme a Energisa, as contas entregues em novembro referem-se aos últimos 30 dias, aproximadamente. Ou seja, a onda de calor que ocorre desde agosto no Estado provocou a elevação do consumo e, consequentemente, no valor da conta. “Essa elevação no valor das contas poderia ocorrer, conforme alertado pela concessionária, recentemente, quando detectado recorde de consumo”, afirma a nota. 

Por – Julisandy Ferreira

 

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *