MS terá que sair de 80% do tráfego nas rodovias para ferrovia e hidrovia

Foto: Semagro
Foto: Semagro

Com crescimento na produção de grãos, minério e celulose, Mato Grosso do Sul precisa remanejar seu fluxo de transporte, que hoje sai 80% pelas rodovias, para as ferrovias e hidrovias. Para isso terá que fazer investimentos nos modais que chegam a R$ 50 bilhões e que devem gerar 127 mil empregos até 2035.

Com isso a redução no custo do transporte chegaria a 26% em MS. Pelo menos é o que mostra o Estudo de Diagnóstico Logístico elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) do Governo federal.

“Nós temos crescido a produção de minério, de soja, de milho, de celulose. Então, isso faz com que tenhamos uma concentração de toda essa operação em cima do modal rodoviário, em caminhões. Então, com os caminhões percorrendo longas distâncias, o efeito disso é a elevação do custo de produto. Este é um gargalo em logística. O produto sai de alguma forma, mas com o custo elevado”, explicou o secretário de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

De acordo com o secretário, o estudo elencou todos os produtos do Estado e suas rotas de escoamento. “Nós temos os principais produtos que são as commodities, mas nós temos também muito produto fragmentado. Então identificamos que primeiro, temos que ter no curto prazo um forte investimento na manutenção das rodovias. Esse é o principal ponto que o Governo do Estado ele acaba atuando hoje nas estaduais. Atualmente o Governo está fazendo mais mil quilômetros de asfalto no estado de Mato Grosso do Sul, que é para inteirar, para fazer a interação com essas rodovias federais”, explicou.

Já nas rodovias federais o principal gargalo demonstrado no estudo foi a rodovia BR-262. Desde o ano passado, houve um aumento significativo de carga, principalmente após o problema na hidrovia com a estiagem e a entrada do minério nessa rodovia, saindo de Corumbá. “O aumento expressivo no fluxo de caminhões na BR é o principal gargalo. Nós temos elevado nível de acidentes, deterioração da pista na BR, além da passagem pelas cidades”. Acrescentou o secretário.

Para reorganizar as rodovias, o estudo apontou necessidade de investimento de R$ 18,10 bilhões em 103 projetos rodoviários, totalizando 5.800 km.

Ferrovias

Diante da situação das rodovias e a dependência do Estado, o secretário salienta que o Estado está propondo a médio e longo prazo os projetos de ferrovia com a Nova Ferroeste, que deve ser licitada já neste ano e a relicitação da Malha Oeste também ainda em 2022.

“Nossa meta é mudar o perfil, sair de 80% da rodovia para 50%; e os 50% restantes entre a ferrovia e hidrovia, que vai ter uma capacidade de expansão relativamente pequena por causa do clima. Mesmo assim estamos focando nestes dois modais”, frisou.

Atualmente, segundo o titular da Semagro todo o transporte pela ferrovia de Mato Grosso do Sul não passa de 2%. “Então nós temos esses dois projetos que é a Nova Ferroeste que é Maracaju-Paranaguá e a nossa Malha Oeste que é exatamente Corumbá até Três Lagoas e depois Três Lagoas. Também são o foco de curto prazo para que a gente intensifique a questão da mudança do perfil de cargas no Mato Grosso do Sul. Seria doze anos para todo esse estudo. É, para todo efeito. O que nós temos na questão? Nós esperamos que até o próximo ano seja licitado a nova Ferroeste, licitada a Malha Oeste também. Lembrando que o período de construção é realmente longo no caso de ferrovias, isso não é de curto prazo. Nós teremos um período aí de 5 anos para que efetivamente essas ferrovias comecem a fazer operação”, destacou.

Os recursos a serem investidos na ferrovia devem superar os R$ 30 bilhões, segundo os cálculos da EPL. Atualmente 890 km de ferrovia são utilizados em MS, a proposta da EPL é que este montante chegue a 1.500 km de malha ferroviária.

Expansão da navegação nas Hidrovias depende de liberação de dragagem no rio Paraguai

A malha atual da hidrovia em Mato Grosso do Sul (que compreende os rios Paraná e Paraguai) é de mais de 1.100 km, por onde são transportadas cerca de 3,8 milhões de toneladas/ano de mercadorias (2019).

A meta do estudo é que este modal seja viabilizado apesar da restrição por conta do clima e da estiagem que mantém parte do trecho sem navegação em épocas de seca. A hidrovia demandará investimento de quase R$ 800 milhões por parte do Governo nos próximos anos.

“Nós temos que melhorar o fluxo da hidrovia do Paraguai, que compreende Ladário, Corumbá, Porto Esperança que nós temos o terminal e Porto Murtinho. Essa é a conexão que a gente faz com a hidrovia. Mas a Bolívia também faz essa utilização. Nós temos três pontos críticos que vão de Porto Murtinho até Corumbá. Nestes locais mesmo em funcionamento normal, as barcaças têm que ser desconectadas para que se faça as curvas”, esclareceu Verruck.

Este processo atrasa a viagem e é bastante complexo. “Imagine o tempo que ele leva para desconectar, passa a barcaça e aí retorna. E são três pontos que nós temos que fazer dragagem. Então nós já temos, por exemplo, um estudo do DNIT desses três pontos. Existe um pedido de licenciamento junto ao IBAMA que autoriza a dragagem nesses três pontos e no ano passado o governador Reinaldo falou que nós estamos dispostos a pagar”, enfatizou lembrando que o investimento seria da ordem de R$ 15 milhões na época.

O Governo estaria disposto a alocar o recurso para fazer a dragagem desses três pontos, o que melhoraria o fluxo da navegação. “Com esta dragagem a navegação poderia ocorrer mesmo quando houvesse a redução do calado do rio. Então, seria um importante passo porque nós alongaríamos aí em trinta dias o período de tráfego. Isso está hoje parado no IBAMA, ainda a gente não tem autorização. porque existe processo do Ministério Público Federal, em relação a essa dragagem. Então nesse momento ainda não está autorizado”, finalizou.

1 thought on “MS terá que sair de 80% do tráfego nas rodovias para ferrovia e hidrovia”

  1. Bando de safados quando eles querem aprovar almento de salário dele demoea 12 minutos e agora vem com estudos de 12 ANOS e brincadeira.

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