“Enquanto este velho trem atravessa o pantanal…”
Mato Grosso do Sul tem uma história sob os trilhos, e nela é impossível não lembrar do Trem do Pantanal. Embalou canções, momentos, e é praticamente parte da cultura do Estado.
Momentos de glória das viagens do famoso trem, ficaram esquecidos no meio do abandono, e tem dois casos que chamam atenção.
A Estação do Trem do Pantanal no Indubrasil, em Campo Grande, deixa um amargo na garganta quando visitada. Entregue em 2004, o espaço tinha como objetivo reviver as viagens de trem pelo Pantanal. Com saída da Capital, o trajeto passava por várias cidades até chegar em Miranda. Porém, a experiência chegava a demorar 7h, o que não atraiu tantos passageiros e logo o passeio foi desativado. Havia previsão de que a rota fosse ampliada até Corumbá, porém isso nunca ocorreu.
Já em Miranda, a Estação Agachi, que está no meio do pantanal sul-mato-grossense, sofre com problemas de conservação, porém os maiores obstáculos se encontram no entorno dela.
A estação em Miranda era um dos pontos de embarque e desembarque de passageiros que utilizavam a rota entre Bauru (SP) e Corumbá (MS).
Agachi
Localizada na zona rural de Miranda, a estação foi inaugurada em 1929 e atendeu passageiros da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil até a década de 1990, período em que a ferrovia foi concedida à iniciativa privada.
Desde a interrupção no transporte de passageiros, o abandono é perceptível, assim como os tijolos aparentes, a falta de portas ou janelas, porém há uma cerca que a protege dos danos.
A inscrição NOB, alusiva à Noroeste do Brasil, segue lá, assim como a placa indicando a altitude (185 m) e a localização (km 1.104+600m). A plataforma de embarque, coberta com telhas de zinco, está conservada.
A estação tem ainda uma casa vizinha na mesma área, também protegida pela cerca de arame farpado.
Em comparação a outras estações, a Agachi é pequena, com duas portas maiores e outras duas menores, além de três janelas de onde se observa a plataforma de embarque.
Miranda é um dos municípios que integram o Pantanal Brasileiro, que ainda sofre com os danos das queimadas ocorridas no ano de 2020. Na maior planície alagável do planeta, as marcas dos estragos são visíveis, assim como a prolongada seca que atingiu a parte do bioma que fica no Mato Grosso do Sul.
Trem do Pantanal
A Noroeste do Brasil, entre Bauru e Corumbá (MS), com 1.272 quilômetros, que liga Puerto Quijarro a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, herdou o nome do Trem da Morte.
A rota boliviana ganhou o nome devido ao grande número de acidentes e por ter sido, no passado, usada para o transporte de doentes. Com o tempo, a “extensão” brasileira, já que Corumbá é vizinha a Puerto Quijarro, ganhou a mesma denominação, graças à desaceleração gradual de investimentos na estrada de ferro.
Das 122 estações erguidas entre Bauru e Corumbá, ao menos 80 foram demolidas ou estão em processo avançado de deterioração, abandonadas ou fechadas, sem uso algum. A maior parte delas está sob responsabilidade do governo federal.
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