Novo atacadista já movimenta outros comércios na região do Aero Rancho

Imagens/ Marina Romualdo
Imagens/ Marina Romualdo

Microempresários esperam mais visibilidade e valorização com a chegada do empreendimento

As grandes redes de supermercados estão buscando cada vez mais investir nos bairros e ficar mais próximos dos consumidores. Quem passa pela avenida Gunter Hans, região do Aero Rancho, nem percebe o que será construído, mas as obras de um novo Assaí começaram por lá e isso já anima o comércio ao entorno.

A nova loja vai gerar cerca de 500 postos de trabalho, entre diretos e indiretos. Serão cerca de 6 mil m² de área de loja e mais de 400 vagas de estacionamento. O populoso bairro de Campo Grande conta com comércios, escolas, restaurantes, entre outros serviços. Além de atender à demanda da população, o supermercado também valoriza as demais empresas próximas. Diante disso, os microempresários já estão ansiosos para movimentar ainda mais o comércio local.

O proprietário da loja Ouro Materiais, Vladimir Gutierrez, de 57 anos, afirma que a inauguração dos hipermercados é um incentivo para os pequenos negócios do bairro. “Como trabalho com materiais de construção, as grandes redes dão mais visibilidade e trazem mais clientes para a loja. Estou ansioso para saber o que vai acontecer após a inauguração dos dois comércios”, destacou.

O morador Flávio José Costa salienta que vai ajudar a população e as cidades do interior, que ficam próximas do local. “Os moradores vão conhecer mais o bairro, o fluxo da região vai aumentar e, com isso, vai acabar aumentando a economia e gerar mais empregos. Além disso, vai chamar a atenção também dos moradores de outras cidades que passarem por aqui. Sendo assim, um empreendimento deste tamanho vai ajudar a região a ter mais visibilidade”.

Conforme apurado pela reportagem, um pouco mais à frente do Assaí, populares disseram que será construído um novo Atacadão.

Vladimir é proprietário da loja Ouro Materiais

Estratégia

Segundo o presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), Geraldo Paiva, os hipermercados estão se instalando em pontos estratégicos, próximo de comércios e casas. “Os consumidores da região central e de bairros do entorno são abastecidos pelos supermercados locais. Os hipermercados estão se instalando em pontos estratégicos, em vias de acesso ao retorno do trabalhador ao seu lar. Praticamente todas ‘saídas’ da cidade possuem esses hipermercados.

A maioria dos produtos é de primeira necessidade e não há pouca relação com comércio da região central”, disse. Já as redes de menores portes ficam instaladas em ruas arteriais de bairros como na avenida Júlio de Castilho, Vitorio Zeolla, Tamandaré e Brilhante, segundo Paiva. O professor de macroeconomia da Esan (Escola de Administração e Negócios), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Odirlei Fernando Dal Moro, afirma que as lojas de departamentos sofrem concorrência dos produtos importados, já as grandes redes de supermercado não sofrem tanto com isso, pois alimentos e bebidas são bens que a pessoa compra na sua própria cidade. “A abertura de novas filiais destas empresas mostra que o empreendimento é viável economicamente, reflexo de uma demanda existente, ou seja, se há oferta é porque tem demanda.” “Nenhum investimento é feito sem perspectiva de retorno. Ademais, o setor de alimentos, a meu ver, sofre menos porque as pessoas sempre vão precisar dos produtos. Por fim, saliento que a recuperação da renda e poder de consumo das pessoas são fundamentais para o crescimento da economia e, consequentemente, para a viabilização de novos empreendimentos”, explica Odirlei.

É importante destacar que as pessoas de baixa renda geralmente tendem a destinar a maior parte do seu consumo a alimentos. “Assim, uma recuperação ou melhora no nível de renda das pessoas com menor poder aquisitivo certamente ampliará o consumo e as vendas dos supermercados. Na prática, quem ganha mesmo com os programas sociais, como o Bolsa Família, é o comércio local”, finaliza.

Conforme mostram os dados da Jucems, sem distinguir o tipo dos estabelecimentos, somente em abril foram contabilizadas 159.814 empresas, em Mato Grosso do Sul.

 

Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS.

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *