A estiagem que provocou situação de emergência em municípios de Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira (10), vai prejudicar alguns agricultores do Estado, mais especificamente os que esperam bons resultados da próxima safra de soja e do milho safrinha.
Segundo o engenheiro agrônomo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Jassí Geccon, a situação complica o plantio da soja, que já não está sendo boa, acarretando em prejuízo na produção de grão cheio da soja.
”São perdas de 90%, 80% ou até mesmo 10%. Essa perda é maior para o lado leste do Estado, onde o solo é mais arenoso e choveu menos. Diferente do lado a partir de Maracaju, onde o solo é mais resistente e choveu um pouco,” detalha.
Em relação ao milho safrinha, o especialista explica os danos da produção. ”Vai ser difícil encontrar agricultor corajoso para plantar no terreno sem umidade. Além disso, o plantador de milho safrinha depende que chova ao decorrer do mês, para que não perca os prazos”.
De acordo com dados de janeiro da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS), o impacto da estiagem na produtividade para a safra 2021/22 já resulta em 26% das lavouras sul-mato-grossenses em estado ruim, 23% em estado regular e 51% em bom estado.
”Os caminhos para o agricultor nessa situação é pedir prorrogação de prazo para plantar o milho safrinha, mas somente se haver chuva nos próximos períodos. Já os plantadores de soja poderão recorrer ao Seguro da soja – financiamento que agricultores recorrem para assegurar o custo na hora de produção,” completa Jassí.