“Nossa busca é sempre defender os direitos e deveres do setor”, diz presidente do Sindha

Juliano Wertheimer
Foto: Nilson Figueiredo

Segundo Juliano Wertheimer, a falta de mão de obra qualificada ainda é o gargalo 

De acordo com o presidente do Sindha (Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação), Juliano Wertheimer, o setor de hospedagem e alimentação é o que mais gera vagas para o primeiro emprego no país. No entanto, que o gargalo é, justamente, encontrar mão de obra qualificada. Inclusive, uma pesquisa realizada pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) com 2.615 empresários, indicou que 93% contrata pessoas sem experiência e 74% das empresas têm políticas de ascensão profissional.

“O setor de hospedagem e alimentação é o maior gerador de primeiro emprego do Brasil, ou seja, cada jovem que ingressa no mercado de trabalho, a própria empresa é a responsável por ensinar a mão de obra. O sindicato ajuda na intermediação com parceria do Sesc, Senac e Fecomércio”, disse Juliano.

E para tentar ajudar nesta questão da mão de obra, o governo do Estado lançou um programa, o “MS Qualifica Turismo”, com a intenção de qualificar pessoas para este mercado da hospedagem e alimentação. “O MS Qualifica Turismo com intenção de qualificar as pessoas para o mercado de trabalho, além de ajudar no crescimento profissional. Uma vez que, ao qualificar o trabalhador e ele cresce dentro da sua empresa você abre uma nova base. O Sindha participa ativamente das negociações. A qualificação é o caminho”, garante.

A frente do Sindha há dois ano, Juliano afirma que o sindicato não pode ser visto apenas como uma entidade que negocia salários. “Somos mais que isso, temos os pilares de representação, relações institucionais relação sindical e comunicação institucional. Nós fazemos a defesa dos interesses, o maior gargalo do setor é a qualificação da mão de obra, onde a maior queixa dos empresários é esta falta”, finaliza.

Os últimos dados divulgados pelo Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho e Emprego (CAGED-MTE), mostram que Mato Grosso do Sul fechou o ano de 2023 com saldo positivo de 27.986 novos empregos. Com isso, o Estado chega ao fim do ano com um estoque de 684.894 pessoas com empregos formais, parte desses empregos são do setor de bares e restaurantes.

Juliano Wertheimer é presidente do Sindha (Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação), mas também foi presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), formado na Universidade de Caxias do Sul em Hotelaria por conta dos negócios, veio morar em Mato Grosso do Sul.

Em 11 de outubro de 1983, a então Associação Profissional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Mato Grosso do Sul foi transformada em Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Mato Grosso do Sul. De lá para cá, foram muitas conquistas, entre elas a sede própria da entidade. Em 2023, ano em que completa 40 anos, o Sindicato mudou sua nomenclatura para Sindha MS.

O Estado: Por que a mudança da nomenclatura?

Juliano Wertheimer: O Sindha antigamente era Sindicato de Hotéis, Bares,Restaurantes e Similares, são 40 anos de existência, nasceu para fazer a defesa do setor empresarial, mas com o passar do tempo, percebemos que o nome precisava de uma atualização, assim tornando-se Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação, trouxemos hospedagem e alimentação deixando mais amplo. A mudança aconteceu há dois anos, aprovado em assembleia.

O Estado: Estando a frente do Sindha por dois anos, quais as conquistas e os desafios?

Juliano Wertheimer: Normalmente o sindicato é visto como uma entidade que negocia salários, mas somos mais que isso, temos os pilares de representação, relações institucionais, relação sindical e comunicação institucional.

Nós fazemos a defesa dos interesses, o maior gargalo do setor é a qualificação da mão de obra, onde a maior queixa dos empresários é esta falta. O setor de hospedagem e alimentação é o maior gerador de primeiro emprego do Brasil, ou seja, cada jovem que ingressa no mercado de trabalho, a própria empresa é a responsável por ensinar a mão de obra. O sindicato ajuda na intermediação com parceria do Sesc, Senac e Fecomércio.

O Estado: Sindha é a base da Fecomércio?

Juliano Wertheimer: Nós pertencemos a base da Fecomércio, somos todos do sistema comércio, nosso sindicato é ligado ao setor, visando sempre o empreendedorismo e o primeiro emprego. A nossa busca é sempre defender os direitos e deveres desse setor. Lutamos diariamente com órgãos públicos para buscar melhoria, estamos sempre trabalhando em busca de projetos que auxiliam o ramo.

O Estado: Quais as necessidades do setor?

Juliano Wertheimer: Apesar de dois anos a frente do Sindha, estou há sete anos a frente da Abrasel, nosso foco é ajudar o empreendedor, discutindo sempre com o poder público, sobre o uso das calçadas, transporte público durante a madrugada para o trabalhador voltar para casa. Muitos restaurantes querem operar até 23h ou 00h, as pessoas querem ficar até mais tarde na rua, são um dos pontos que vem sendo discutido. Vale ressaltar que as sequelas da pandemia continuam, muitos empresários seguem endividados, com dificuldades em pagar parte dos empréstimos com juros alto. Na época da pandemia havia uma isenção no valor do IPVA para frotas ligadas de bares e restaurantes, conseguimos a prorrogação desses benefícios e um novo benefício, o fim do imposto sobre alimentos para bares e restaurantes.

O Estado: Diante disto, qual a importância do programa “MS Qualifica”?

Juliano Wertheimer: MS Qualifica é um grande programa do Governo do Estado e agora chegou o MS Qualifica Turismo, com intenção de qualificar as pessoas para o mercado de trabalho, além de ajudar no crescimento profissional. Uma vez que, você qualificar o trabalhador e ele cresce dentro da sua empresa, você abre uma nova base. O Sindha participa ativamente das negociações, a qualificação é o caminho.

O Estado: Como está o diálogo com o Governo do Estado?

Juliano Wertheimer: Diálogo é um dos pilares e está fluindo muito bem. O governo é um apoiador declarado do desenvolvimento econômico do setor produtivo e da empregabilidade. É um governo fácil de dialogar, que está em busca das melhores condições, dentro do possível, para o setor do comércio alimentício e hospedagem. Maioria dos projetos criados na época da pandemia foram renovados e devem permanecer no decorrer de 2024.

O Estado: O setor de bares e restaurantes adquiriram alguns benefícios fiscais e agora o sindicato tenta prorrogação. Em que pé está a negociação?

Juliano Wertheimer: Todos os programas foram prorrogados e renovados, temos a isenção o ICMS para empresas do Simples, redução de 7% para 2% das que estão fora do Simples, e fim da substituição tributária implantada pelo governador de Mato Grosso do Sul, apenas o IPVA que durou um ano.

O Estado: Como está a relação do horário de funcionamento dos bares na Capital?

Juliano Wertheimer: Está em discussão a Lei do Silêncio e condições de trabalho para atividades noturnas, já tem um projeto inicial que prejudicaria o setor, mas o Sindha interviu na Câmara dos vereadores, e houve um diálogo mais profundo com o setor, agora estamos esperando voltar os trabalhos no legislativo. A melhor decisão será tomada, sem dúvidas.

Por Thays Schneider.

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