Desde a manhã de ontem (14), caminhoneiros e funcionários da Setlog Pantanal, empresa de transporte rodoviário de cargas e logística de Corumbá e Ladário, se mobilizam para bloquear a entrada e saída de veículos da Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados de Mato Grosso do Sul), no Porto Seco de Corumbá. A previsão é que o fechamento siga durante todo o dia de hoje (15).

A mobilização protesta contra a Operação Padrão da Receita Federal, realizada desde dezembro do ano passado por auditores-fiscais, o que tem gerado filas de veículos de carga na região de fronteira.

Em nota, a Setlog Pantanal explica que a ação da Receita tem ocasionado enormes transtornos aos caminhoneiros, devido ao acúmulo de veículos no canal vermelho dentro dos Portos Secos em todo Brasil. Somente na Agesa, principal corredor de comércio exterior do Brasil com a Bolívia, circulam diariamente cerca de 200 carretas.

“Com o acúmulo de veículos em canal vermelho o porto seco AGESA já não consegue emitir as senhas de passagem de exportação e carga/descarga com o mesmo ritmo ficando até 4 dias para emitir as senhas, ocasionando atrasos e prejuízos aos importadores, exportadores e transportadores”, destaca a nota.

Presidente da Setlog Pantanal, Lourival Júnior ressalta que a manifestação foi o meio encontrado para chamar atenção do Governo Federal para os problemas ocasionados pela ação da Receita, que segundo ele, “só serve para prejudicar a iniciativa privada”.

“Cada dia que passa a situação se agrava mais e não sabemos até onde poderemos suportar esta situação onde já se fala em demissões e fechamento de empresas”, finaliza a nota.

Lourival Júnior esclarece que o intuito dos protestos não é gerar o fechamento das rodovias.“O protesto que nós estamos fazendo é simplesmente bloquear a entrada e saída de caminhões na porta da Agesa. Às pessoas olham e vê que tem poucos caminhões ali, mas a intenção não é fechar a com um monte de caminhão na porta. Porque assim fecha a rodovia”.

Operação Padrão

A operação da Receita Federal protesta contra o corte de 52% no orçamento da Receita para 2022, a não regulamentação do pagamento do bônus de eficiência, acordado em 2016, e a falta de concurso público para o cargo desde 2014.