Em outubro, queimadas aumentam em 1000% pelas altas temperaturas

Foto: Centro de Proteção Ambiental - CBM-MS
Foto: Centro de Proteção Ambiental - CBM-MS

Atualmente, equipe de brigadistas tenta controlar focos na região do Nabileque, Nhecolândia e Paiaguás

Brigadistas do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul foram acionados, desde a última terça-feira (24), para atuarem em três incêndios no Pantanal. Os militares estão trabalhando nas regiões de Nabileque, Nhecolândia e Paiaguás, já na divisa com o Mato Grosso. 

De acordo com Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nos últimos meses a onda de calor se intensificou por todo o Brasil, com as temperaturas ultrapassando os 40ºC em alguns municípios. O número de queimadas aumentou em mais de 1000% em Mato Grosso do Sul, neste mês de outubro. 

Conforme o Instituto, de 1º a 25 de outubro do ano passado, o Estado registrou apenas 40 focos de incêndio. Destes, 22 ocorreram na região do Pantanal. Enquanto que no mesmo período deste ano, o número já é de 476 focos, sendo 205 em Corumbá, na região do Pantanal.

Inclusive, do total, 297 foram registrados no bioma e a última semana, de 16 a 22 de outubro, foi a mais crítica, com 242 focos, justamente quando o Estado registrou recordes de temperaturas e baixa umidade do ar. A tenente-coronel Tatiane explica que o acesso é tão difícil que a guarnição está no segundo dia de deslocamento. Outras duas regiões acometidas com incêndios florestais foram detectadas. “Um na Nhecolândia e o terceiro foco ativo no Pantanal está localizado ao norte do Estado, próximo à divisa com o Mato Grosso”, explicou a  tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental) do Corpo de Bombeiros, que faz o monitoramento dos incêndios florestais no Estado. 

Por conta da dificuldade de acesso aos locais em chamas, as equipes não conseguiram chegar na área do Paiaguás. O local, no norte do Estado, passou por monitoramento por ar, pelo Grupamento de Operações Aéreas. 

Biólogo e um dos diretores da ONG SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, em entrevista ao portal “g1”, afirmou que com a  diminuição do número de evaporação de água na Amazônia, que traz águas para o Centro-Oeste, com a diminuição das matas ciliares no Cerrado, que é onde nascem os rios que banham o Pantanal, o aumento da seca é inevitável. Vários fatores da ação humana somados estão diminuindo a capacidade do Pantanal, que depende da água que vem de fora. 

No início do mês, o jornal O Estado alertou para a onda de calor intenso, estiagem e ventos fortes no Pantanal, colocando as equipes do CPA (Centro de Proteção Ambiental), do Corpo de Bombeiros Militar, em alerta. O número de guarnições dobrou, principalmente nas regiões do Paiaguás e Nabileque, que apresentam focos de incêndio quase que diariamente.

De acordo com o tenente Alexandre Araújo, do CPA, essa mudança se deveu ao trabalho de prevenção no Pantanal, iniciado em março, e ao uso das queimadas controladas por  produtores rurais. “Nosso Cerrado é composto por muitas plantações e os proprietários utilizam do fogo para limpeza da roça, que facilita o uso dos maquinários. Já o trabalho de prevenção no Pantanal foi bem eficiente e, agora, estamos com oito guarnições e apoio aéreo”, explicou Alexandre. 

Outra observação importante é quando comparados os períodos críticos. “Esse ano foi  atípico, pois tivemos chuvas acima da média em abril e maio, dificultando o fogo, além disso, houve cheia no Pantanal mato- -grossense, que escoa para cá e também dificulta os incêndios. Agora estamos no período crítico porque enfrentamos uma onda de forte calor, com pouquíssimas chuvas e ventos fortes, que já registraram até 60 quilômetros por hora”, esclareceu o tenente.

Por – Thays Schneider

 

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