No Brasil fome supera índices globais e em MS número de famílias carentes sobe 40%

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Foto: Reprodução

Atingindo mulheres, famílias mais pobres e pessoas entre 30 e 49 anos, que muitas vezes têm mais filhos, o Brasil registrou pela primeira vez o número recorde de fome, superando a média global e afetando a atual geração de crianças brasileiras, é o que indica a pesquisa realizada pelo Gallup.

De acordo com os dados do Gallup, analisados no Brasil pelo Centro de Políticas Sociais do FGV Social, a taxa saltou de 17% em 2014 para 36% no fim de 2021. Pela primeira vez ela superou a média global (35%), aferida a partir de 125 mil questionários aplicados no mundo. Em Mato Grosso do Sul, no fim de 2021, o Governo do Estado publicou que MS estaria com um dos menores índices de pobreza do país, baseado no estudo do economista e pesquisador da Fundação Getulio Vargas Daniel Duque, que avaliou dados sobre o índice de pobreza nos 27 estados em relação ao primeiro trimestre de 2019 e janeiro de 2021. Mato Grosso do Sul saltou de 17,9% para 20,4%, sendo o 5° menor do país.

O jornal O Estado conversou com a coordenadora da Cufa (Central Única das Favelas de Campo Grande), Letícia Polidorio, que destacou o aumento de 40% nos atendimentos a famílias carentes da Capital. Ela explica que, além das favelas da cidade, atualmente também estão sendo feitos atendimentos em alguns bairros. Ao todo o projeto atende hoje 46 mil famílias.

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“O aumento das famílias foi muito grande, por exemplo em uma das favelas que acompanhamos mais de perto quando começou a pandemia, tínhamos 50 famílias e hoje temos 75 famílias lá, isso em apenas um dos locais. Dessa forma já conseguimos ver o agravamento, a dificuldade está sendo cada vez maior”, contou Letícia.

Para a economista Andreia Ferreira, para erradicar ou reduzir esta situação de pobreza e extrema pobreza são necessárias ações do Estado, seja em nível federal, estadual ou municipal. “Nós temos observado aumento das ações sociais nos estados e municípios em geral, tanto coordenadas pelo setor público como pelas ações de associações ou mesmo doações livres, mas infelizmente isso tem se mostrado insuficiente”, explicou.

Ela salienta ainda que a população precisa apoiar as organizações que cobram o governo. Sindicatos de trabalhadores, ONGs e outras entidades da sociedade civil organizada e também os parlamentares, seja na Câmara, Assembleia e Senado. “Não há, em um cenário próximo, indícios de recuperação econômica: o desemprego permanece elevado e o custo de vida (alimentação, transporte, medicamentos, etc.) está subindo”, finalizou a economista.

 

Texto: Camila Farias – Jornal O Estado MS

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