Cidades como Douradina, Eldorado, Nioaque e Paraíso das Águas nem sequer possuem raio X
Edições anteriores do jornal O Estado apontaram as atuais condições de saúde enfrentadas pela população sul-mato-grossense. Sem infraestrutura, recursos necessários ou pela falta de profissionais especializados, um grande problema também assola a população: a falta de equipamentos, como de raios X, ultrassom e outros. Diante dessa situação, mensalmente, cerca de 300 pacientes deixam suas localidades em busca de atendimento em hospitais de Campo Grande.
Dos 79 municípios, ao menos 15 seguem sem infraestrutura e devidas condições de atendimentos para pacientes. De acordo com a relação de aparelhos disponível na plataforma MPSocial, do MPMS (Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul), ao todo, são 893 equipamentos hospitalares na saúde pública de Campo Grande, sendo eles: equipamento para hemodiálise (263); equipamento para optometria (45); incubadora (135); mamógrafo com comando simples (21); mamógrafo com estereotaxia (13); mamógrafo computadorizado (6); raios X até 100 ma (25); raios X de 100 a 500 ma (83); raios X mais de 500 ma (27); ressonância magnética (19); tomógrafo computadorizado (34); ultrassom convencional (64); ultrassom doppler colorido (116); ultrassom ecógrafo (42).
Na Capital, o número total de médicos da Rede Pública para atender a população é de 2.865. Divididos por especialização, são: clínico geral (880); ginecologista obstetra (152); pediatra (247); medicina intensiva (22); nefrologista (43); outros médicos (1.521). Com base nos dados, equivale a 305 habitantes por médico. Já o número de leitos em Campo Grande são 2.226 leitos de internação e 405 complementares. Em média, são 332 habitantes por leito, na Capital.
Em contrapartida, em alguns municípios de MS a situação é precária, referente aos equipamentos hospitalares. Muitos se limitam apenas a ultrassom, enquanto outros municípios não possuem nem mesmo um equipamento para atender às demandas dos pacientes que residem no interior.
Conforme ainda o MPSocial, as cidades mais críticas, quando o assunto é saúde, são: Alcinópolis – que possui apenas um aparelho de raio X de 100 a 500 ma e ultrassom convencional; Angélica – incubadora (1) e raio X de 100 a 500 ma (1); Antônio João – raio X até 100 ma (1) e ultrassom doppler colorido (1); Bandeirantes – incubadora (1) e raio X até 100 ma (1) e ultrassom convencional (1); Batayporã – ultrassom convencional (1); Caracol – ultrassom convencional (1); Corguinho – ultrassom convencional (1). Mesmo assim, em algumas localidades, nenhum aparelho foi identificado, como é o caso de Douradina – nenhum equipamento hospitalar; Eldorado – nenhum equipamento hospitalar; Jaraguari – nenhum equipamento hospitalar; Nioaque – ultrassom convencional (1). Paraíso das Águas – nenhum equipamento hospitalar; Rochedo – ultrassom convencional (1).
O número de médicos em alguns municípios do Estado também são baixos: Alcinópolis – clínico geral (2) e outros médicos (1); Angélica – pediatra (1) e outros médicos (3); Bandeirantes – clínico geral (8) e pediatra (1) e outros médicos (2); Caracol – clínico geral (1) e outros médicos (2); Juti – clínico geral (2); Laguna Carapã – clínico geral (1) e outros médicos (1); Novo Horizonte do Sul – clínico geral (2); Paraíso das Águas – outros médicos (1); Pedro Gomes – clínico geral (1) e outros médicos (2); Porto Murtinho – outros médicos (3); Rio Negro – clínico geral (1) e outros médicos (1); Rochedo – nenhum médico; Taquarussu – clínico geral (1) e outros médicos (2); Vicentina – clínico geral (2).
Sendo um dos setores que demandam mais atenção e investimento em MS, a saúde pública é um problema antigo para a população. É importante lembrar que uma das propostas apresentadas pelo atual governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), ainda durante o período de campanha eleitoral, foi a de regionalização da saúde, oferecendo também qualificação aos profissionais da área para que deem conta da alta demanda da população.
Por Brenda Leitte – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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