Mulheres conciliam maternidade e empreendedorismo

Dia das Mães
Foto: Eloisa Fossati

Ao menos, 71% das donas de negócios são mães

Ser mãe e empreendedora não é uma tarefa fácil, ambas as atividades demandam atenção e esforço. Neste domingo, em homenagem ao Dia das Mães, a equipe do jornal O Estado contou um pouco da história de duas mães, que têm o dom de criar uma criança e ao mesmo tempo administrar empresas, além de precisar se dispor a diversas outras funções.

Segundo dados do Sebrae, pelo menos 71% das empreendedoras de Mato Grosso do Sul também são mães. A maioria dessas empresas pertence ao setor do comércio, sendo 58,46%.

Ainda conforme o levantamento, a maioria das donas de negócios que são mães tem apenas um filho; elas representam 21,91% do grupo. Já as mães com dois filhos são 45,94%, com três filhos são 22,26% e as com quatro filhos representam 9,89%.

A advogada Jéssica da Silva Viana Soares, de 34 anos, trabalhava somente com advocacia até o nascimento de sua filha, Helena, de 4 anos. Na época, ela precisou se ausentar do trabalho por questões de saúde da criança.

Após passar o momento de turbulência, ela se aproximou da empresa que seu marido adquiriu junto a um sócio, no ramo de cursos preparatórios, passando a atuar ativamente na propriedade. Em 2021, abriu uma loja infantil, a Vivi Petit.

Atualmente, Jéssica trabalha na gestão da empresa, do escritório de advocacia e da loja, e ainda tem disposição para cuidar de sua filha com muito amor e dedicação.

“Sempre que preciso levar ela ao trabalho, tento deixar o ambiente o mais agradável possível, ela sempre se diverte e tentamos integrá-la nas atividades. Tenho certeza de que o fato de ter essa disponibilidade de horário e liberdade me ajudam na maternidade, pois tenho a possibilidade de estar na presença da minha filha inclusive nos momentos de trabalho, quando necessário”, ressaltou.

No entanto, a advogada conta que, apesar de ter mais liberdade com os horários, empreender sendo mãe também tem suas dificuldades.

“Nossas preocupações continuam, algumas reuniões acontecem fora de expediente, questões precisam ser resolvidas, e-mail, ligações, e a culpa muitas vezes surge por não conseguir dar atenção total à Helena. Tudo é questão de organização, definir prioridades e metas, e, aos poucos, a rotina vai se ajustando. A maternidade nunca atrapalhou minha vida, pode ser que não consiga resolver todas as pendências no momento em que gostaria, o que se tornou um exercício diário.”

A proprietária da loja Marina Doces e Salgados também enfrenta uma jornada dupla. A empresa surgiu em 2013, mas desde os 16 anos começou a vender bombons para complementar a renda.

Mãe de dois, Marina Nascimento Silva Souza, de 38 anos, diz que a conciliação de seus deveres exige esforço, para conseguir ser uma profissional realizada e ser presente na vida dos filhos.

“Ainda é um desafio e uma escolha diária. Os preços da matéria prima sobem a cada dia, para ter retorno financeiro é preciso trabalhar muito além das oito horas. Mas, por outro lado, olhar para trás e ver seus sonhos crescendo, os filhos bem, e por perto, é um grande incentivo para continuar. Vejo como vantagem estar colocando energia em algo que é meu e que ficará para meus filhos”, finalizou.

Transição

De acordo com a coordenadora do Sebrae Delas, projeto de empreendedorismo feminino do Sebrae-MS, Lucielle Lima, após a maternidade, muitas mulheres fazem essa transição de carreira, de empregada para empreendedora.

“A maternidade é um fator relevante para as mães que decidiram empreender, uma alternativa para ficar mais próxima dos filhos, além de ter mais flexibilidade de horário e a possibilidade de estar mais atenta às necessidades da família”, comentou.

O projeto é um programa de aceleração que tem o objetivo de proporcionar sucesso de ideias e negócios liderados por mulheres.

Texto: Bela Reina e Izabela Cavalcanti – Jornal O Estado.

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