Minimercados crescem nos condomínios, mas enfrentam desafios de segurança e logística

Presença de minimercados em condomínios facilita a vida dos moradores do local - Foto: arquivo
Presença de minimercados em condomínios facilita a vida dos moradores do local - Foto: arquivo

Presidente da Amas aponta crescimento nos últimos cinco anos e potencial de consolidação no varejo

 

Os minimercados instalados em condomínios residenciais têm se fortalecido como alternativa de conveniência para moradores de Campo Grande, especialmente em regiões com alta densidade habitacional. O modelo, que começou a se difundir há cerca de cinco anos, opera em espaços compactos, com atendimento autônomo e funcionamento 24 horas por dia. Apesar da praticidade, esses empreendimentos enfrentam obstáculos logísticos e de segurança, o que tem levado à descontinuidade de algumas operações.

Segundo o presidente da Amas (Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados), Denyson Prado, trata-se de um modelo relativamente recente, sem dados consolidados no Estado, mas que já se estabeleceu como uma extensão do varejo tradicional. “Esse tipo de negócio tem uma característica de não possuir um faturamento muito alto, devido ao tamanho das lojas, geralmente em containers ou espaços reduzidos. O grande desafio é o controle de ruptura dos produtos, já que o abastecimento é limitado”, explica.

A falta de reposição rápida e os preços mais elevados, segundo Prado, não afastam o consumidor que busca uma compra de ocasião. “Mesmo com valores maiores, o cliente opta por essa conveniência quando precisa de algo pontual. E isso não afeta os supermercados, porque as compras maiores continuam sendo feitas neles ou nos atacarejos”, afirma.

Apesar do crescimento, casos de insegurança têm ameaçado a viabilidade desses estabelecimentos. No Residencial Castelo de San Marino, localizado na região do Pioneiros, um minimercado precisou ser desativado após sucessivos furtos cometidos por moradores. A empresa responsável pela operação chegou a retomar o funcionamento após tratativas com o condomínio, mas acabou encerrando as atividades de forma definitiva no início deste ano.

“Era um mercadinho bom, tinha de tudo. Mas o pessoal entrava, pegava e saía sem pagar. A empresa notificou o condomínio, a polícia chegou a ir lá, mas depois desistiram de vez”, relatou uma moradora, que pediu para não ser identificada. Ela afirma que os demais condomínios vizinhos da mesma quadra, que somam pelo menos cinco edifícios, não enfrentam os mesmos problemas.

A Amas defende que o segmento seja incorporado de forma mais estruturada ao Ranking Abras, levantamento nacional realizado pela Associação Brasileira de Supermercados. “É necessário um estudo mais aprofundado desse modelo de negócio, que com certeza veio para ficar. A formalização desses dados ajudaria na criação de políticas e estratégias mais adequadas para o setor”, destaca Prado.

 

Por Djeneffer Cordoba

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