A filha de Maria das Dores Pereira de Souza, de 81 anos está esperando desde o mês de janeiro a visita dos profissionais da saúde do município para aplicação da quarta dose de vacina da COVID-19 na idosa. Acamada e recém gastrostomizada, a paciente não tem condições de ir a uma unidade de saúde para se imunizar e aguarda visita desde então.
Em contato com O Estado Online, a professora Maria Pereira de Souza, 56, informou que no início do ano solicitou a agente de saúde que atende sua região no bairro Jardim das Nações que a mãe precisava tomar a quarta dose da vacina, mas que não tinha condições de se locomover e precisava da visita. Desde então a filha da idosa aguarda a visita mas não houve sequer um contato da saúde.
Em nova visita da agente, a filha questionou a longa demora e recebeu a informação de que o nome da mãe já havia sido dada a unidade de saúde da região. Por conta da demora a filha resolveu ligar na UBS (Unidade Básica da Saúde) Dr Jorge David Nasser – Jockey Club.
“Fui informada pela unidade que foi solicitado um veículo para a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) e a solicitação foi tinha sido atendida ainda. Eu questionei o tempo de quase três meses e então fui rebatida de que a demora seria porque estavam esperando a liberação da vacina da Influenza para aplicação das duas juntas, mas a médica da minha mãe não autorizou a aplicação das duas juntas”, explicou a filha.
Por conta da demora, Sônia ofereceu locomoção ao profissional da saúde para que a mãe não ficasse desamparada, mas recebeu uma negação. “Eles disseram que o profissional da saúde só pode fazer a visita em veículo oficial, minha mãe fez gastrostomia, é perigoso tirar ela de casa e arrancar o tubo”, lamentou, enfatizando que não existe a possibilidade de retirar a mãe de casa para se vacinar.
A professora lamenta a falta de agilidade da saúde a respeito com os pacientes acamados e a falta de informação com quem espera. “A gente se sente desassistido, a falta de informação deixa a gente pensar no que esta ocorrendo, se ao menos ligassem, desse uma data, ficaríamos menos apreensivos”, destacou dizendo que a casa nunca está só e a qualquer momento teria alguém para atender.
Em fevereiro de 2021 a Sesau recebeu do gabinete dos vereadores a cedência de carros e motoristas para levar profissionais da saúde até casa de idosos acamados. O apoio logístico começou em 21 de janeiro de 2021 quando as vacinas começaram a serem aplicadas. A Câmara também deu suporte logístico para a Sesau em 2020 para vacina contra gripe H1N1.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sesau (Secretarial Municipal de Saúde), “A vacinação é feita em todos os pacientes acamados ao mesmo tempo, uma vez que é necessário quase duas semanas aplicando as doses para que todos estes pacientes sejam imunizados. Como a idosa em questão recebeu as três primeiras doses no Drive-thru, ela não está com o mesmo intervalo que os demais pacientes, sendo assim é necessário que ela aguardasse que o prazo para os demais fosse concluído.”
*Matéria editada às 13h30 para acréscimo de informações.