O ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) afirmou ontem (5), durante entrevista que não desistiu da política, e que irá reformular o partido após a derrota no primeiro turno das eleições deste ano. Ele lamenta que vereadores e prefeitos do interior não tenham dado apoio eleitoral, mesmo sendo do mesmo partido, e ainda diz que que o irmão, deputado federal Fábio Trad (PSD) teve mais votos que os eleitos para Câmara em 2023, mas que não garantiu vaga por conta do quociente eleitoral.
Questionado pelo programa Boca do Povo, da Rádio Difusora, se encerrou a carreira política, após ficar em sexto lugar na disputa eleitoral, ele diz que não. “De maneira alguma. Houve um momento em que eu encerrei um ciclo galgando etapa por etapa. Foi da vontade de Deus e do povo para que a gente aguardasse algum período. E isso fez com que a gente se separasse daqueles que estavam conosco por fidelidade e aqueles que estavam por conveniência.”
Marquinhos foi investigado e em 19 de outubro foi indiciado pela Polícia Civil por assédio sexual. As denúncias motivaram seu isolamento político e derrota, e o ex-prefeito promete se reerguer e retornar. Ele disse que vai reorganizar o PSD, pois, entre os 80 vereadores menos de 10% ajudaram em sua campanha e entre os prefeitos eleitos pelo partido, nenhum ficou ao seu lado.
Contra quociente
Marquinhos comentou sobre o irmão, o deputado federal Fábio Trad que chega ao fim de seu mandato sem conseguir reeleição. Ele não acredita que sua situação tenha influenciado negativamente a campanha de Fábio, que teve 43.881 votos e não foi eleito. Para o ex-prefeito, o quociente eleitoral é o grande culpado. Ele cita que houve eleitos com menos votos, e olhando no ranking percebe-se apenas Rodolfo Nogueira (PL) teve quantitativo menor com 41.773 votos.
“O Fábio não foi derrotado. Se tivesse um sistema em que a grande maioria concordasse, ele estaria eleito. Se você pegar os oito primeiros mais bem votados. A democracia é vontade da maioria. Como que a democracia escolhe o B, e o Índio ganha? O eleitor elegeu o Fábio. A questão do quociente eleitoral foi que não atingiu a média. Mas aí foi o inverso.”
Traição
O ex-prefeito negou que se sinta traído pela prefeita Adriane Lopes (Patriota), que ocupou seu lugar após sua renúncia em abril. “Não me sinto traído pela Adriane, até porque eu a conheço”, finaliza Marquinhos Trad.
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de MS.
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