Prezando pelo fato e por verdade, apoiadores querem que a força do movimento seja amplamente divulgada
No 25º dia de manifestação, um grupo de pessoas que se reveza à frente do CMO (Comando Militar do Oeste) iniciou o diálogo com os veículos de imprensa. Por meio de um convite a alguns meios de comunicação, entre eles o jornal O Estado, para que não haja conflito e que sejam repassadas informações do ato e que permita que ocorra a cobertura jornalística prezando: o fato e a verdade. Os manifestantes têm como outras ideias aproximar os políticos, fazendo convites ou realizando visitas a vereadores e deputados.
Apesar da determinação do STF (Supremo Tribunal Eleitoral) em determinar que as forças policiais e os órgãos de fiscalização adotassem as medidas necessárias para desobstruir as vias que tiveram trânsito interrompido por conta dos atos, no CMO o que tem ocorrido é apenas o uso de canteiros para montagem de tendas e parte de uma das vias da Duque de Caxias para estacionar veículos e fluxo do público.
No fim de semana, os órgãos de fiscalização da Capital identificaram e multaram 141 motoristas que utilizam seus veículos para obstruir o tráfego na avenida. A ação envolveu policiais do BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), GCM (Guarda Civil Metropolitana) e Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul).
Na tarde dessa terça-feira (22), a convite dos manifestantes, o jornal O Estado esteve na Avenida Duque de Caxias, local onde eles se concentram todos os dias, e na ocasião um participante afirmou que, a partir desta quarta-feira (23), haverá uma tenda montada em frente do CMO para receber os veículos de comunicação que divulgam o que acontece de fato no local.
Ainda de acordo com o apoiador, que preferiu não se identificar, o intuito é que os repórteres que estão constantemente em busca de informação, sejam bem recepcionados quando a intenção for divulgar a verdade. “Nós não queremos nenhum tipo de desentendimento com a imprensa, mas precisamos que a informação seja divulgada com base na transparência, ou seja, o que realmente acontece aqui, que é um movimento pacífico e democrático”, disse.
Segundo ele, até agora, muitos veículos de imprensa distorceram as informações e acabaram prejudicando o movimento do ato. “Teve um jornal que falou que a polícia chegou e dispersou os manifestantes, e na sexta-feira a noite o número de pessoas já caiu, mas sabemos que tem veículos que querem trabalhar dentro dos fatos e têm o meu apoio”, completou.
Entre todos os manifestantes, a afirmação é a mesma: “Não queremos Lula”, esta é frase que mais se escuta ao passar pelo local e conversar com os participantes que deixaram o conforto de suas casas para lutar em prol da democracia.
De acordo com os protestantes entrevistados, todos orientados a não se identificar, os últimos dois feriados, dia 2 e 15 de novembro respectivamente, somaram mais de 200 mil pessoas protestando pelo mesmo objetivo, ou seja, que o presidente eleito não assuma o cargo. “Cadê os petistas? Onde eles estão?”, questionou um dos participantes da mobilização.
Novos desdobramentos
Cabe destacar que o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, solicitou ontem (22), ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a anulação dos votos feitos em todas as urnas eletrônicas anteriores ao ano de 2020, após a identificação de supostas evidências de mau funcionamento nos sistemas.
Conforme adiantado por O Estado, os manifestantes também não querem a ligação do ato com a torcida pela seleção. “Nós não queremos saber de Copa, não trouxemos nem TV, nosso objetivo é lutar a favor da democracia”, disse um participante que não quis se identificar. O verde-amarelo sempre usado no dia dos jogos do Brasil vem sendo adotado pelos manifestantes em uso de camisetas e bandeiras.
Por Tamires Santana – Jornal O Estado de MS.
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