União e acolhimento marcam os dias de quem divide o desejo em voltar para casa e celebrar em família
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Santa Casa de Campo Grande, cerca de 28 recém-nascidos vão passar o primeiro natal internados nas UTI Neo (Unidades de Terapia Intensiva Neonatal) e UCIs (Unidade de Cuidados Intermediários). Além disso, conforme o hospital, até o dia 23 de dezembro, no alojamento materno estavam aproximadamente 15 bebês e mães puérperas.
Já no Hospital Universitário de Mato Grosso do Sul que conta com seis leitos de UTI, a informação é que todos estão ocupados, e ainda, há 10 recém-nascidos internados na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal para ganharem peso, e só depois, quando atingirem as condições estáveis, terão alta e seguirão para a casa.
Quem vive essa realidade há 20 dias é a auxiliar administrativa Andréia Magalhães, 41, que está com a filha Livia internada. Ela destaca que a sensação é de divisão, apesar de todo o acolhimento que a instituição oferece. “Eu tenho outra filha de 6 anos que está em casa e para mim, passar essa data no hospital é como se metade do coração estivesse lá e outra aqui” disse.
Apesar de já ter passado pela UTI, atualmente, a pequena Lívia está na Unidade de Acolhimento, e nesse local, é essencial a presença das mães, não sendo permitido o revezamento de acompanhantes, mas conforme Andreia, as mães são muito unidas. “Nós dividimos histórias, medos, dificuldades, inseguranças e assim, nós nos unimos para tentarmos amenizar a dor e apoiarmos umas as outras”, acrescentou.
Outra mamãe que vai passar o natal no hospital é a corumbaense Renata Ossinaga, de 25 anos. Ela teve sua primeira filha na Santa Casa dia 25 de outubro. A pequena Rafaela Vitória nasceu de 31 semanas e no período que ficou no hospital, teve uma anemia grave e chegou a passar por uma transfusão de sangue, o que deixou a mãe preocupada.
Rafaela completou dois meses no dia do Natal e o mesversário foi comemorado no hospital com o tema “Sonho de Valsa”. Segundo a mãe, que vai passar o Natal longe da família, a equipe médica acredita que a pequena tenha alta na próxima semana. “Se Deus quiser vamos passar o ano novo em casa”, disse Renata, ansiosa.
Renata relatou ainda que foi internada na Santa Casa no dia 24 de outubro e no dia seguinte Rafaela nasceu. “Antes eu estava mais ansiosa para levar ela logo para casa, agora, mais calma, eu prefiro que ela só tenha alta quando estiver realmente recuperada porque nós vamos ter muitos outros natais para passarmos juntas”, afirmou.
Comemoração
Segundo informações da Santa Casa, o mesversário é uma ação da associação para os prematuros, pois cada dia de vida, cada mês é uma vitória. As comemorações são sempre as sextas-feiras e os bebês costumam usar roupas temáticas.
De acordo com a supervisora de enfermagem da linha materno-infantil, Keila Domingues, a intenção de comemorar o “mesversário” surgiu a partir de reuniões da Comissão de Humanização, após serem recebidas ações que promovessem a humanização. “Pensamos em um projeto que facilite e melhorasse o vínculo de equipe com os pacientes. É uma forma de estreitar esse acolhimento com o bebê e com a mãe, que também passa muito tempo aqui na instituição”, explicou.
Criando Memórias
Por outro lado, muitos pais e mães sentem alegria em registrar o natal das crianças, levando em consideração a importância de guardar momentos especiais. De acordo com o fotógrafo Denis Varmassera, a fotografia serve de gatilho para relembrar aquele momento vivido, e para a próxima geração para relembrar ou conhecer nossos antepassados.
Pai de dois meninos, o fotógrafo relata que sempre revê fotos de quando seus filhos eram bebês, para relembrar. “Por exemplo, quase não tenho fotos da minha vó e a imagem está guardado em minha mente, e não vou poder mostrar aos meus filhos como ela era, pois ela se foi há anos”, acrescentou.
O fotógrafo disse que começou a divulgação dos ensaios de natal em agosto, mas que a grande procura começou realmente em novembro, e ainda lembrou daqueles que deixam para última hora. “Acontece muito de haver procura uma semana antes do Natal e às vezes até 2,3 dias antes. Como bons brasileiros, sempre deixam para procurar de última hora, até mesmo pela correria do dia a dia acabam esquecendo”.
Questionado sobre o retorno financeiro, Varmassera ressaltou que essa é uma das melhores épocas para fotografar, tendo em vista que nesse período, muitas pessoas fazem questão de reunir a família e registrarem momentos, sabendo que, por conta da correria do dia a dia e do ano de trabalho, muitos não fazem sessões de fotos. “No Natal, de qualquer maneira, há essa questão e envolvimento familiar”, finalizou o profissional.
Por Tamires Santana e Suelen Morales – Jornal O Estado do MS.
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