Livro sobre história do famoso tereré será lançada por professor de MS

Livro
Foto: Divulgação/ Redes sociais

O famoso tereré, bebida típica das rodas dos sul-mato-grossenses vai ser registrado em um livro, que abordará vários aspectos da bebida “mais amada” da região, que apontará sobre o surgimento do Tereré, sua importância para a cultura, história e economia. O livro está sendo escrito pelo o professor Carlos Barros Gonçavels da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), que já pesquisa sobre o tema desde 2011.

De acordo com o autor do livro, os aspectos que serão contados no livro são vários, como o contexto histórico da erva-mate, sua importância cultural que está alicerçada na importância da sua árvore que é nativa da região, entre outros.

“Nesse âmbito, abordarei a relevância do tereré como um importante elemento marcador de uma identidade (jeito de ser) sul-mato-grossense. Aliado a outros elementos como a música, a culinária, a natureza, a literatura, essa bebida é chamada de típica por que confere sentidos, significados, elementos diferenciadores de uma cultura local, regional. Desse modo, tratarei sobre as maneiras de tomar o tereré ao longo do tempo, os costumes em torno da bebida, mudanças na estética dos apetrechos (bomba, guampa, embalagens de erva-mate), produtos, marcas e outras referências locais.”

Filho de pai paraguaio e mãe sul mato-grossense, Carlos como um bom entusiasta e com forte influência paraguaia sempre se interessou pelo assunto. E, em 2011 quando o tereré foi registrado como patrimônio cultural do Estado o professor iniciou o seu curso de especialização em Patrimônio Cultural, que resultou nesse projeto.

O livro vai mostrar muitas faces da bebida típica, reconhecendo a importância história do tereré no país vizinho, onde é consumido por todos os cantos do País. O projeto vai abordar também o processo de massificação do consumo do tereré, inclusive aqui no Estado.

A previsão é que o livro conte com aproximadamente cem páginas em formato impresso e também digital (e-book). A versão digital será disponibilizada para download gratuito para a população e a maior parte das versões impressas serão doadas para bibliotecas, escolas, universidades, para outros estudiosos do tema e instituições culturais.

A princípio no livro serão escritos com 4 capítulos. Sendo o primeiro sobre o contexto histórico do manejo com a erva-mate e as possíveis origens do tereré. O segundo sobre a história da erva-mate e sua importância para Mato Grosso do Sul. O terceiro sobre os aspectos culturais da bebida, seu consumo, estética. E, por último a respeito do registro do tereré como patrimônio cultural do Estado, sua importância e significados.

Para o autor, o livro contribuirá para o campo da educação e da cultura, já que o Estado é novo e ainda tem muito para ser construído em questões culturais.

“Mato Grosso do Sul é um estado ainda jovem, com pouco mais de quarenta anos, ou seja, há muito para ser estudado, construído, pensado. É um estado detentor de elementos culturais plurais, com diversidade de pessoas, de etnias. Nesse sentido, o livro contribuirá para a compreensão da formação dessa pluralidade/riqueza cultural, bem como contribuirá no processo educativo referente à importância/preservação dos patrimônios locais.”

Desde o inicio da divulgação do livro o professor está recebendo diversas ofensas nas redes sociais do projeto, com vários xingamentos do país vizinho, acusando o Estado de “apropriação cultural” do patrimônio paraguaio. Diante das ofensas Carlos explica.

“É comum falarmos que o tereré é de origem paraguaia mas, o mais correto mesmo é falarmos que trata-se de uma bebida de origem Guarani, de origem indígena, que precede a formação do que hoje é o Paraguai. Os Guarani ocupavam uma vastíssima região que englobava não apenas o atual território do Paraguai, mas do próprio Brasil, da Bolívia e da Argentina. Obviamente não se pode negar que o tereré tem maior importância cultural no país vizinho como um todo.”

O autor ainda destaca a importância de ressaltar que embora o tereré ter sido registrado e reconhecido primeiramente como um patrimônio cultural do Paraguai, e posteriormente da humanidade, não impede que a bebida seja elevada à condição de patrimônio cultural em outros locais, por outros agentes, como é o caso do estado de Mato Grosso do Sul.

O livro tem previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano. Para quem quiser acompanhar o projeto é seguir o perfil @projeto_terere_ms no Instagram. Para mais sugestão e criticas no email: [email protected]

Foto: Divulgação/ Redes sociais

O livro é financiado pelo FIC/MS (Fundo de Investimentos Culturais do Estado).

 

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