Janeiro Branco: Saúde mental não pode ser abalada pela situação mundial, segundo psicólogos

Reprodução/Portal MS
Reprodução/Portal MS

O início do ano é visto culturalmente como uma página em branco de metas, mudanças, cobranças internas. Mas, o que chama a atenção de psicólogos brasileiros neste período com a campanha ”Janeiro Branco”, é o desgaste da saúde mental para atingir certo resultado.

Segundo o psicólogo da comissão de saúde mental do CRP (Conselho Regional de Psicologia), Márcio Luiz de Souza Godoy, Quando falamos da saúde mental sempre caímos no comum. ”A saúde mental não é apenas se alimentar bem, estabelecer boas relações e ter qualidade de vida , é algo muito mais profundo.”

O psicologo dissertou dois problemas mais comuns que afetam a saúde mental e atrapalham o bem estar. A grande questão, segundo ele, é o momento que a sociedade se encontra, a característica do contemporâneo.

”As características das relações sociais na modernidade estão instáveis, como, por exemplo: você tem um trabalho hoje, mas não sabe se amanhã vai estar nele. Isso serve para todas as relações, trabalhistas, afetivas e sociais. E essa incerteza tem consequências”, alerta.

”O psicólogo sul-coreano Byung-Chul Han fala fala em sua obra sobre a ”sociedade do cansaço”, ou a ”sociedade do desempenho”. Que é quando você se sente com o dever de estar sempre produzindo, sempre estar estudando, sempre estar trabalhando e isso acaba sendo frustrante. A pessoa pensa como se fosse um ‘empreendedor de si mesmo’, ” completa.

De acordo com o psicólogo, uma forma para se proteger de preocupações que afetam a saúde mental, é reconhecer que a sociedade atual vive nessas condições, além de tentar descobrir cada um pode resolver alguma situação individualmente e coletivamente.

Circunstâncias da pandemia

Os reflexos de todas as turbulências emocionais do cenário pandêmico da COVID-19 ainda não foram parametrizados pelos pesquisadores das comunidades científicas de psicologia pelo mundo, mas são esperados impactos sobre uma realidade que já é preocupante.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Mesmo assim, parte dessas pessoas não possuem assistência psicológica adequada.

Para Alessandra Barcelos Menezes, psicóloga do Hospital Márcio Cunha, saber identificar um quadro depressivo, por exemplo, é uma maneira de evitar o sofrimento contínuo e um agravamento ainda maior da situação que pode levar à morte.

”É essencial buscar ajuda profissional quando apresentar sintomas físicos impactando no cotidiano, como sensações de angústia, sentimentos de não pertencimento, dificuldades para se relacionar com as pessoas e desinteresse nas atividades cotidianas,” informa.

Para a psicóloga, a campanha ” Janeiro Branco”, em tempos de pandemia, assume importância ainda maior no processo de conscientização das doenças psicológicas. ”O bem-estar emocional é um dos componentes para um estado de equilíbrio e felicidade. Esse bem-estar pode ser estimulado e aprimorado, mesmo diante de mudanças e desafios,” finaliza.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *