Representantes de órgãos federais e do estado de São Paulo envolvidos na retirada e identificação dos corpos das vítimas do acidente aéreo em Vinhedo informaram que ainda é cedo para definir prazos para a conclusão dos trabalhos. A queda do avião turboélice ATR-72 da empresa Voepass (antiga Passaredo), que realizava o voo 2283 de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP), ocorreu por volta das 13h20 de ontem (9), deixando 62 vítimas fatais.
Durante um pronunciamento neste sábado (10), o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Marcelo Moreno, destacou que a prioridade é a qualidade na coleta e análise das informações, ao invés da rapidez. As “caixas-pretas” da aeronave, que contêm os gravadores de voz e dados técnicos do voo, já estão sendo analisadas em Brasília. “Iniciamos primeiro a tentativa de degravação dos registros de voz e, na sequência, dos de dados”, explicou Moreno, ressaltando a importância desses registros para entender o que levou ao acidente e evitar ocorrências semelhantes no futuro.
Até o início da tarde deste sábado, 31 dos 62 corpos haviam sido localizados. As operações de resgate, conduzidas por equipes federais e estaduais, enfrentam desafios significativos, como destacou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo de Freitas. “Temos homens e mulheres experientes, mas não é fácil o que eles estão fazendo”, afirmou, mencionando também problemas com drones não autorizados sobrevoando a área do acidente, o que pode atrapalhar as operações.
Rodrigo Luis Sanfurgo, superintendente da Polícia Federal em São Paulo, reforçou a complexidade da situação, afirmando que não é possível prever quando os trabalhos serão concluídos. “Estamos trabalhando incansavelmente para identificar todas as vítimas e preservar o local do acidente, coletando os elementos necessários para a investigação.”
Acolhimento das famílias das vítimas
O governo de São Paulo informou que cinco famílias das vítimas já foram atendidas no auditório do Instituto Oscar Freire, próximo ao Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista. As equipes da Defesa Civil e do IML estão orientando os familiares sobre a entrega de documentações médicas para ajudar na identificação dos corpos, incluindo a coleta de materiais biológicos para exames genéticos, se necessário.
Treze famílias já foram acomodadas em hotéis na região central de São Paulo, onde recebem acompanhamento psicológico antes de seguirem para o Instituto Oscar Freire para iniciar o reconhecimento dos corpos. Para aqueles que residem em Cascavel, no Paraná, ou em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e que preferirem não se deslocar até a capital, o governo estadual disponibilizou núcleos locais do IML para realização dos procedimentos necessários.
Com informações da Agência Brasil
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