O Governo federal anunciou, na sexta-feira (14) a criação de uma sala de situação preventiva dedicada ao combate à seca e aos incêndios, com foco especial nas regiões do Pantanal e da Amazônia. A iniciativa surge em resposta ao agravamento dos problemas climáticos, conforme destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que alertou para severas consequências ambientais esperadas ainda este ano.
Marina Silva enfatizou uma mudança na abordagem do governo, passando de uma gestão reativa para uma preventiva. Segundo a ministra, “o custo de prevenir é sempre menor do que o de remediar”, destacando a importância de antecipar-se aos desastres ambientais iminentes.
O Pantanal já enfrenta uma estiagem severa, com escassez hídrica e um número alarmante de incêndios identificados desde o primeiro semestre deste ano, algo inédito para a região. Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, ressaltou que mais de 2 mil brigadistas foram contratados para combater os incêndios em todo o Brasil, com especial atenção ao Pantanal e à Amazônia.
Desde outubro do ano passado, ações emergenciais estão em curso, envolvendo operações conjuntas entre Ibama, ICMBio e governos estaduais. Apesar da gravidade da situação, ainda não foi decretada emergência, e os recursos atuais provêm dos orçamentos dos ministérios envolvidos.
A recente reunião da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, presidida por Geraldo Alckmin, coordenou esforços para simplificar processos de contratação de brigadistas, equipamentos e aeronaves. A comissão também discutiu a possibilidade de buscar recursos extraordinários, considerados essenciais para enfrentar a crise.
Marina Silva destacou a necessidade de revisar normas para permitir o apoio de aeronaves internacionais, se necessário, dada a complexidade e a extensão das áreas afetadas. Ela também enfatizou a importância da participação de todos os Poderes e da sociedade civil para garantir uma resposta eficaz e abrangente.
Além das ações imediatas, o governo está se preparando para um cenário prolongado de seca e incêndios, envolvendo planejamento estratégico antecipado e cooperação internacional, se necessário. A ministra ressaltou a importância de suprir as necessidades básicas das comunidades afetadas na Amazônia, como combustível, oxigênio e alimentos, enquanto os rios permanecem baixos.
A criação da sala de situação preventiva reflete o compromisso do governo federal em enfrentar de maneira proativa os desafios climáticos que ameaçam o Pantanal e a Amazônia, regiões de vital importância para a biodiversidade e o equilíbrio ambiental do país.
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