O Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), um braço do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), deflagrou nesta quinta-feira (6), a segunda fase da Operação Turn Off, que investiga desvios de verbas milionárias em contratos com o governo do Estado.
Nesta nova etapa, o Gecoc cumpre dois mandados de prisão e sete de busca e apreensão na Capital, Campo Grande. Segundo informações apuradas pela reportagem, os alvos dos mandados de prisão são os empresários e irmãos Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho, apontados como os líderes do esquema criminoso.
A primeira fase da Operação Turn Off, realizada em novembro de 2023, resultou na prisão de oito pessoas, todas posteriormente liberadas por medidas cautelares. No entanto, segundo o MPMS, os envolvidos continuaram a praticar crimes, incluindo lavagem de dinheiro e ocultação de bens, com valores desviados que ultrapassam R$ 10 milhões.
Os irmãos Coutinho já enfrentavam várias acusações anteriores. Desde 2022, são réus por desvio de R$ 5,6 milhões em contratos de uniformes escolares para a Secretaria de Estado de Educação (SED). Em 2023, foram acusados de desviar R$ 6,5 milhões em compras de produtos médico-hospitalares.
No mesmo ano, foram novamente apontados pelo Gecoc por envolvimento em organização criminosa, corrupção ativa e desvio de dinheiro público na compra de aparelhos de ar-condicionado pela SED, em um esquema que movimentou R$ 13 milhões.
Mais recentemente, em 2024, os irmãos foram denunciados por fraudes e corrupção em procedimentos de compra de materiais de ostomia para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande. Este convênio com a Secretaria de Saúde envolveu um desvio de R$ 12,3 milhões, destinado à emissão de laudos médicos.
As investigações do Gecoc revelam um padrão contínuo de práticas corruptas e desvio de verbas públicas pelos acusados. A segunda fase da Operação Turn Off busca interromper as atividades criminosas ainda em andamento e garantir que os responsáveis enfrentem a justiça.
Os mandados de busca e apreensão têm o objetivo de coletar mais provas e documentos que possam fortalecer as acusações. A ação desta quinta-feira é uma tentativa de desmantelar a estrutura criminosa e recuperar os recursos desviados, que deveriam ter sido destinados a áreas essenciais como educação e saúde.
Com informações do MPMS
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