[Texto: Por Suelen Morales e Michelly Perez]
Na Capital, manifestantes dizem não temer declaração de Flávio Dino e defendem o direito de protestarem
Há 58 dias acampados na frente do CMO (Comando Militar Oeste), o local já se transformou na residência de Lucidalva Dias Pereira, manifestante que pontua que só abandonará o protesto com ordem do presidente Jair Bolsonaro.
A declaração foi feita após o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmar ontem (27), que caso os manifestantes que estão em frente aos quartéis brasileiros não saiam de modo voluntário, haverá a retirada compulsória dos acampamentos, sobretudo no Quartel General do Exército, em Brasília, antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada para este domingo (1º de janeiro).
“Há esse cenário que se anuncia de uma desocupação voluntária e nós acreditamos que tal ocorrerá nos próximos dias, antes portanto da posse presidencial. Esse é o cenário com o qual lidamos. Obviamente, se isso não ocorrer, se isso não ocorresse, porque creio que ocorrerá, há outras possibilidades de uma retirada compulsória”, afirmou Dino.
Para entender como os patriotas receberam a informação, o jornal O Estado repercutiu a fala com os manifestantes que estão em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste) em Campo Grande, desde o resultado das eleições no segundo turno.
“Ele nem vai assumir, nos não vamos sair daqui só com ordem de Bolsonaro que é o nosso presidente eleito, infelizmente as urnas foram fraudadas tem provas sim, só não foi entregue o código-fonte, mas queira ou não queira o Bolsonaro vai tirar a gente daqui antes do dia 30 e o Exército vai invadir e esses caras não vão assumir nada, vai acabar com deputados corruptos e nós estaremos aqui comemorando a vitória do Brasil. As mídias lá fora já noticiam, nosso presidente eleito é Jair Messias Bolsonaro. Não vou sair daqui e comigo tem um monte de irmãos patriotas que pensam como eu, se tivéssemos desistido estaríamos dormindo na nossa casa”, contou Lucidalva, acompanhada de outros manifestantes.
Para um dos apoiadores, até a notícia de que o futuro ministro da Justiça, será Flávio Dino causou estranheza, uma vez, que destaca que não possui capacidade para ser candidato a tal cargo e muito menos, para declarar o fim das manifestações em frente aos quartéis militares.
“Eu acho que para começar é ridícula até a nomeação do Flávio Dino para ministro. Hoje o estado dele perde até para o Piauí que era o estado mais pobre do Brasil e agora está a frente do Maranhão. Dentre às dez cidades mais pobres do Brasil, é indicação de bandidagem. Só que capacidade ele não tem nenhuma, acho um absurdo um ministro da defesa em um país conservador cristão e católico como o nosso, ele ser do partido comunista, não combina. Ele que tente a tirada compulsória, a gente vai para a briga, quero saber se o Exército vai sair de lá de dentro para bater em nós, se não fizerem não vamos sair daqui”, declarou.
Por fim, o futuro chefe da Justiça enfatizou que o governo eleito adotará penas duras para coibir atos terroristas. “A Lei Antiterrorismo é muito rigorosa, inclusive contra a tentativa. As penas são bastante altas. Estamos tratando de pessoas que ameaçam vidas, integridade física e patrimonial, e, por isso, provavelmente receberão penas muito altas. Que isso sirva de exemplo para eventuais outras pessoas”, finalizou.