Futuro Governo Lula terá 5 membros da bancada de MS como oposição

Marcos Pollon PL PROARMAS
Imagem: Reprodução/Nilson Figueiredo

No Congresso Nacional, a bancada de Mato Grosso do Sul terá cinco parlamentares em oposição ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que toma posse em 1° de janeiro de 2023. Entre os senadores, Soraya Thronicke (União) já afirmou à imprensa que vai ser de oposição, ao passo que Nelsinho Trad (PSD) será independente, e Tereza Cristina (PP) deve fazer parte do grupo de oposicionistas junto aos deputados Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Dr. Luiz Ovando (PP). A base composta pelos petistas Vander Loubet e Camila Jara busca ampliar com alianças e o PSDB, que tem três deputados, é visto com bons olhos. Nelsinho Trad disse ao jornal O Estado que é favorável ao povo e que a bancada do PSD ainda não deliberou sobre atuação ano que vem, apesar de sempre agir de maneira independente. Nelsinho atuou ao lado do governo de Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos. Ele votou com a base do governo em boa parte dos projetos encaminhados pelo Executivo.

“O PSD é uma bancada independente, e vai agir de maneira convergente ao povo, no sentido de ajudar o Brasil a andar para a frente. É isso que a gente está buscando, principalmente para beneficiar a camada mais pobre e vulnerável. O PSD está vigilante e vai atuar de uma forma que traga melhorias a todos. Em relação o posicionamento, nós ainda não deliberamos.” Ele comentou sobre a PEC da Transição formulada pelo governo do presidente eleito, e disse que o PSD não dará um cheque em branco ao governo pelos próximos quatro anos, e defende análise com responsabilidade fiscal ano a ano. “Sou a favor de tudo que melhore para o povo brasileiro, desde que os indicadores fiscais não sejam alterados para evitar a volta da inflação disparada, o aumento do dólar, do preço da gasolina e de alimentos”, disse o senador Nelsinho Trad, demonstrando que não vai deixar passagem tão livre a propostas do PT.

A senadora Soraya Thronicke afirma que vai fazer oposição ao governo. Durante os primeiros anos do Governo Bolsonaro, a senadora votou coma base e até fez defesa sobre algumas medidas do presidente. Porém, neste último ano, ela passou a ficar mais crítica e rompeu com o mandatário ao se lançar candidata a presidente da República, saindo derrotada ainda no primeiro turno. Após o resultado do primeiro turno, Soraya ponderou que ficaria isenta sobre apoio, e que, independente de quem fosse vitorioso, seria oposição em 2023.

Já a senadora eleita Tereza Cristina (PP), que é bolsonarista e inclusive esteve à frente do Ministério de Agricultura, a convite do presidente Bolsonaro, deve articular o grupo de oposição ano que vem. Ela tem força na bancada ruralista e vai buscar ampliar diálogos com  outros grupos oposicionistas. Tereza Cristina tem vontade de presidir o Senado, e se isso de fato ocorrer, ela pode virar a figura-chave entre a oposição de Lula no Senado. 

 

PSDB

A bancada do PSDB ficou menor nas eleições deste ano sendo eleitos apenas 18 deputados para a Câmara Federal, sendo Dagoberto Nogueira, Geraldo Resende e Beto Pereira os três nomes de Mato Grosso do Sul, entre o total de oito da bancada que representa o Estado. Enquanto isso, o PT, que tem a segunda maior bancada, quer agregar alianças para se fortalecer, diz o deputado reeleito Vander Loubet.

Diante de um time menor, a tendência do partido é ficar na base ou agir de maneira independente para “sobreviver” e discutir pautas essenciais para a população em 2023. “Gostaria de ficar na base, mas estou esperando o posicionamento do Reinaldo e Riedel”, disse o deputado reeleito Dagoberto Nogueira (PSDB), que deseja fazer parte da base de Lula. O deputado eleito Geraldo Resende (PSDB) disse que isso é uma questão para ser analisada ano que vem. “Sou um parlamentar de projeto e vou respeitar a decisão que meu partido tomar, ainda não existe deliberação sobre isso.” Beto Pereira (PSDB), deputado reeleito, ainda não se manifestou sobre o posicionamento na próxima legislatura.

 

PT quer fortalecer a base no Congresso Nacional

O deputado federal, reeleito pelo PT, Vander Loubet destaca que o partido tem o objetivo de fortalecer a relação com os aliados, já que é a segunda maior bancada da Câmara. O partido já realizou reunião com eleitos para iniciar metas para 2023. “Da parte do PT na Câmara, já fizemos uma reunião este mês com a bancada da legislatura atual e com os deputados eleitos, a Camila Jara inclusive esteve presente. Discutimos um pouco sobre os desafios que estão impostos neste período que temos até a posse do Lula e que teremos a partir de 1º de janeiro. O PT elegeu a segunda maior bancada da Câmara, mas obviamente que não vai poder atuar sozinha. Por isso sabemos da importância de compor com os demais partidos para construir uma base que permita ao Lula poder aprovar os projetos que o Brasil tanto precisa para voltar a crescer, reduzir as desigualdades e acabar com a fome.” Na mesma esteira, a deputada eleita Camila Jara (PT) reforçou que foram realizadas reuniões com a bancada de petistas para definir as participações e a maneira de atuação. “Também já articulamos com os novos quadros do PT e dos partidos aliados para exigir quais demandas queremos ver no governo Lula”, disse ela que fará atuação para extinguir a desigualdade social. “E minha atuação vai ser conectada com quem o país precisa, porque acredito que acabar com as desigualdades é o melhor caminho para o Brasil crescer. Podem esperar de mim o que eu sempre fui, uma militante pelas mulheres, pelos povos indígenas, pela educação, pelo meio ambiente e contra as desigualdades.”

Oposição 

Obviamente de oposição, o deputado bolsonarista eleito Marcos Pollon (PL) reafirmou ao jornal O Estado que esse será o posicionamento do partido. “O PL já firmou posição no sentido de que em um eventual governo do PT será oposição.” “Serei oposição, até porque o partido que deve assumir não prioriza valores e princípios que nós defendemos. Portanto, serei oposição. Para defender os interesses da população de uma maneira geral, nós podemos até muitas vezes votar com o governo, mas de uma maneira geral por questões morais faremos oposição”, disse o deputado Dr. Luiz Ovando (PP) ao jornal O Estado. Dessa maneira, o deputado eleito Rodolfo Nogueira (PL) também fará oposição, mas não respondeu ao questionamento feito pelo jornal O Estado. 

Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de MS.

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