Fogos irregulares impactam a saúde de cães e crianças

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Foto: Divulgação

Em Campo Grande, os fogos de artifício com poluição sonora são proibidos desde 2021, quando o Projeto de Lei Complementar 718/20, de autoria do vereador Professor André Luís que prevê a proibição da queima e soltura de fogos de artifícios com efeitos sonoros foi sancionado. A discussão começou em 2020, por propositura do então vereador, veterinário Francisco e teve continuidade no ano seguinte. No último fim de semana, uma criança chegou a ser hospitalizada em Campo Grande com arritmia cardíaca por conta da soltura irregular do item.

A vice-presidente da AMA (Associação De Pais E Amigos Do Autista), Flávia Caloni Gomes, acredita que o problema começa nos revendedores de fogos de artifício e ainda afirmou que falta amor ao próximo. “É preciso ter empatia, porque as pessoas não tem noção do mal que faz aos outros. Eu fiquei sabendo de um caso neste fim de semana que a criança foi parar no hospital com arritmia cardíaca”, disse.

Mesmo com a proibição, os fogos coloridos e barulhentos que para alguns já são uma tradição na Capital, entretanto, para alguns, a utilização desses artigos para crianças, autistas, enfermos, idosos e animais de estimação, representam um sofrimento, medo e até causam desespero.

De acordo com a psicóloga Jéssica Marques, muitos autistas sofrem com a hipersensibilidade auditiva, em um nível que até sons simples como o de uma campainha pode prejudicá-los. “Os fogos de artifício por serem extremamente altos causam crises de desespero, choro, e gritos o que até pode deixá-los agressivos, dificultando o trabalho da família na hora de controlar a situação”, afirmou.

Cuidado com os pets

Além das crianças e idosos, os pets também sofrem muito com a soltura dos fogos e para a veterinária Luanna Lima, a preparação para alguns animais começa já no início de dezembro. “No início do mês, nós já começamos a indicar a utilização de calmantes naturais para os tutores administrarem nos animais, principalmente aqueles que são muito agitados ou tem algum problema cardiológico”, afirmou.

Luanna acrescentou ainda que recomenda terapia de ambiente como manter a televisão ligada para diminuir o barulho dos fogos. “Manter o animal sempre perto dos tutores, em um ambiente seguro, também são alternativas para driblar esse momento”, completou a pós graduanda em clínica médica de pequenos animais.

Já para os animais que passam a data internados na clínica, o cuidado permanece o mesmo. “Além disso, nós utilizamos spray calmante no ambiente e tentamos ficar sempre perto deles até o barulho acabar para dar aquela sensação de aconchego e cuidado.”

A médica veterinária acrescentou ainda que considerou esse fim de ano bem mais tranquilo na clínica em que trabalha, se comparado com a virada do ano de 2021 para 2022. “Acredito que a intensidade dos fogos tenha sido menor esse ano, porque não tivemos nenhuma emergência, diferente do último réveillon que o barulho foi tanto que eu tive que sedar a minha cachorrinha que tem muito medo”, finalizou.

Fiscalização

A Prefeitura Municipal de Campo Grande permite a venda de fogos de artifício que emitem efeitos visuais com baixos ruídos, sendo a soltura de fogos barulhentos proibidos na área urbana e permitidos apenas na área rural da capital sul- -mato-grossense.

Entretanto, diversos comércios seguem mantendo a venda dos produtos e lucrando princialmente no fim do ano. Em agosto de 2022, a PROCON/MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) autuou um supermercado no Jardim Los Angeles e apreendeu 700 unidades de diversos tipos de fogos que tem a venda proibida por lei.

O jornal O Estado entrou em contato com o superintendente do Procon de Mato Grosso do Sul, Rodrigo Vaz quem afirm que ou que não houve denúncias de estabelecimentos que estavam vendendo esses produtos, mas que foram realizadas duas fiscalizações em supermercados no mês de novembro onde foram apreendidas diversas unidades de fogos de artifício.

Rodrigo acrescentou ainda que acredita que a soltura dos fogos faça parte da comemoração da população e por esse motivo as pessoas acabam não denunciando. “As pessoas consideram tradição o ato de soltar fogos e por isso não denunciam, mas assim que tivermos denúncias vamos proceder com a fiscalização, apreender os produtos e encaminhar para a Delegacia do Consumidor”, disse.

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Por Tamires Santana – Jornal O Estado do MS

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