Financiamentos ficam comprometidos com alta dos juros

Carro
Foto: Valentin Manieri

Venda de carros e imóveis estão entre os setores mais afetados

Por Taynara Menezes – Jornal O Estado de MS

O 12º aumento consecutivo na taxa de juros vai encarecer ainda mais os novos financiamentos, dificultando o acesso ao crédito por parte dos consumidores. O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), decidiu em reunião ontem (3), o aumento da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, saindo de 13,25% para 13,75%. 

Com isso, a procura por carros e imóveis, pode frear ainda mais no segundo semestre do ano. O proprietário de uma garagem de carros na Capital, Sérgio Ferraz, afirma já ter sentido impacto nas vendas com as taxas de juros no mercado e, segundo ele, esse é um dos principais fatores na queda das negociações. 

“Temos um acumulado de 30% de recuo de janeiro até agora em relação às vendas do ano passado, devido a elevação da taxa de juros agregada ao preço do carro, além da situação econômica do Brasil. Quanto mais subir a taxa Selic menos carros serão vendidos”, dispara. 

Além disso, os financiamentos de imóveis também têm sofrido com os juros mais alto. Correspondente imobiliária de Campo Grande, que preferiu não se identificar, explica que, aos poucos, o mercado esta caminhando para uma retração.

“Agora com essa retomada da taxa Selic, esta encarecendo e dificultando a questão da aquisição de casas, e isso acaba impactando na capacidade de pagamento, nas prestações e, consequentemente nas negociações”, avalia. 

Inflação 

O aumento dos juros tem impacto direto na inflação. O economista Eugênio Pavão avalia o cenário como uma fonte de equilíbrio entre oferta e demanda.

“A alta da Selic é o principal instrumento de política monetária, que visa reduzir gradualmente a inflação. Os investimentos aquecem a economia, ao contrário dos empréstimos, financiamentos e créditos que encarecem”, detalha. 

O profissional afirma ainda que a redução das vendas levam um tempo para chegar ao consumidor final, mas o resultado é imediato para o tomador de dinheiro. “Os empréstimos tornam o dinheiro caro para o tomador, reduzindo a inflação sobre o aquecimento da economia, mas aumenta o ganho do poupador, investidor em títulos públicos”, disse. 

Conforme informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia), em maio, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de Campo Grande, ficou em 0,27%, 0,94 ponto percentual abaixo da taxa de 1,21% de abril. Já em junho a inflação voltou a aumentar na Capital, ficando em 0,64%, 0.37 ponto percentual acima da taxa anterior. 

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 12,06%, estável em relação ao valor de 12,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

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