Depois de 15 anos sem assinar carteira de trabalho, João Carlos voltou a ter emprego formal e lícito. Ele é o primeiro reeducando capacitado do projeto “Oportunidade” a voltar a ter um salário mensal. João foi preso por tráfico de drogas em 2010 e agradece os envolvidos e o apoio da esposa. Ele garante só se dedicar a família a partir de agora valorizando a oportunidade e esta mudança de vida.
O recomeço para João tem início na próxima segunda-feira (19), no ramo de supermercados e atacarejos do Grupo Pereira e abre portas para os outros 16 reeducandos do projeto. “No caso do João Carlos, ele participou conosco logo no início e quando ele recebeu o livramento condicional começamos o processo para tentar contratá-lo, pois ele possui um ótimo perfil, nosso intuito é realizar este mesmo processo com todos que tenham esse interesse porque muitas vezes a maior dificuldade é conseguir um emprego após conseguir a liberdade. O João participou de um processo seletivo na loja e após a entrevista com o gestor foi aprovado para compor nosso quadro de funcionários”, explicou a coordenadora de Projetos Sociais do Grupo, a pedagoga Anna Luiza de Fátima Borges Corbelino.
Anna complementou sobre o mais novo empregado. “O João durante todo o período de formação demonstrou interesse em aprender, foi proativo e desempenhou com excelência as funções que lhe foram solicitadas”.
Projeto Oportunidade
Consiste em uma parceria entre o Conselho da Comunidade, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, por meio de uma parceria entre a 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, o Conselho da Comunidade para a inserção de reeducandos no Grupo Pereira. Eles são do presídio da Gameleira. Essa inserção já acontece desde 2014 na bandeira do Bate Forte e em maio deste ano. “Fizemos a expansão para algumas lojas do Comper e Fort Atacadista”, conta a psicóloga do Projeto Anna Coberlino.
Segundo Anna, eles são preparados o máximo possível. “Temos três lojas formadoras que recebem os reeducandos a cada 45 dias para um treinamento em que eles aprendem sobre a rotina de trabalho e conhecemos o perfil de cada um. Eles passam por diversas áreas da rede. Todos recebem um salário. Após esse período eles são encaminhados para outra loja”, pontuou. A rede faz um trabalho junto aos funcionários para que não houvesse discriminação. Os contratados recebem um salário mínimo de R$ 998,00, deste percentual é descontado 10%, de acordo com portaria editada pela 2ª VEP.
Com apoio do presidente do Tribunal de Justiça, Des. Paschoal Carmello Leandro, o projeto foi desenhado com cuidado pelo juiz Albino Coimbra Neto, o secretário Executivo do Conselho da Comunidade, Nereu Alves Rios, e a equipe da Anna Luiza, do Grupo Pereira. (Rafael Belo)