“Fé, religiosidade e regionalismo” tem ipê como inspiração

Artista visual, Guido Drummond, inaugura hoje às 19h30 no Espaço Cultural TVE Cultura uma exposição intitulada “Fé, religiosidade e regionalismo”, que – produzida em parceria com as artistas Alexandra Camillo, Fabiana Bicca e Camila Zavallo – promete mexer com os sentidos e provocar questionamentos nos visitantes.

“A instalação é completamente interativa, sensitiva… já a chegada vai ser uma prova para as pessoas entrarem (brinca Guido) na instalação, porque a gente tá trabalhando um efeito visual no chão e para algumas pessoas eu sei que já vai ser um exercício conseguir passar por esse caminho” explica Guido em entrevista ao caderno de Arte&Lazer do jornal O Estado.

Representando a maneira cíclica com que se desenrola a vida, a morte e o renascimento, através inclusive de uma metalinguagem por meio do reuso de materiais, a exposição de obras conjuntas vem para falar singularmente com cada um: “Lá dentro, no percurso que está sendo criado, que vamos trabalhar em cima das quatro estações do ano, das quatro estações do Ipê e, também, nesse ciclo da natureza, o nosso ciclo interior de desenvolvimento pessoal/espiritual. Portanto é uma instalação que provavelmente vai mexer bastante com o ‘Eu’ de qualquer um, acho que, provavelmente, qualquer pessoa vai sair daqui com um questionamento”, pontua Guido Drummond.

“A gente procurou ir pelo olfato, audição, pelo tato, só não chegamos ao paladar e não iremos oferecer o néctar dos deuses, mas o restante está sendo providenciado”, brinca o artista.

Através do símbolo regional, o Ipê, serão representadas as quatro estações do ano em um percurso interativo e reflexivo, sobre a relação da vida da árvore com a trajetória pessoal de florescimento, recolha, de morte e de renascimento. Os visitantes poderão conferir gratuitamente a instalação artística por dois meses no Parque dos Poderes. “Normalmente as peças falam por sí. Um processo meu de olhar para uma peça e já ver um resultado. As peças que eu recolho, no momento em que as encontro, o resultado final já está na minha cabeça do que ela será transformada. Pode levar um tempo na oficina, no depósito, mas a peça fala, ela conversa comigo”, destaca Guido.

Para o artista, tratar de temas vastos e universais, como “vida, morte e religiosidade”, requerem pessoas que se comuniquem independente do que trazem consigo como base de crença: “É bem importante citar que nessa instalação e exposição juntei ceramista, designer de interior, artesã e cenógrafa, então além da questão artística são pessoas que processam diferentes fés, mas que o diálogo quando abrange um tema tão vasto, consegue se expressar e se completar em qualquer área”. Sobre Alexandra Camillo, Fabiana Bicca e Camila Zavallo, Guido Drummond pontua: “estou aqui com três artistas maravilhosas, as três aqui do Estado, representado MS com os trabalhos aqui, e que houve uma cinergia fantástica. Alexandra Camillo, ceramista; Fabiana Bicca, designer de interior e artesã e Camila Zavallo, que é arquiteta cenógrafa. Essa galera que eu convidei e casou uma coisa bem bacana”.

“O convite é as pessoas abrirem a mente, o coração principalmente, porque a gente está passando, em nível planetário, por uma fase um tanto quanto conturbada e é necessário cada vez mais cada um olhar para o interior de si e isso consequentemente vai trazer mudanças para o externo”, convida Guido.

Finalizando, Guido fala sobre o desafio das propostas serem aceitas pelo público visitante. “Então era esse o desafio, o convite a vir aberto e receptivo, porque o trabalho está sendo feito com bastante amor, muito carinho e dentro das mais variadas vertentes de expressão de fé e religiosidade, que na verdade tudo é o mesmo, o Ser Supremo é um só, independente do nome que as pessoas dão à ele, cada um no seu quadrado, mas é daí para além disso, para enxergar muito além do que é apresentado nesse teatro da vida”.

SERVIÇO: “Fé, religiosidade e regionalismo” fica aberta à visitação do público de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas, no Espaço Cultural TVE Cultura, na Av. Des. Leão Neto do Carmo, s/n, Parque dos Poderes. (Leo Ribeiro)

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