Estado amplia trabalhos de prevenção contra suicídio com Setembro Amarelo

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Terceiro estado do país com o maior índice de mortes por suicídio, com taxa de mortalidade de 9,5 casos para cada 100 mil habitantes, número bem maior que a média nacional, de 5,7, Mato Grosso do Sul inicia neste mês uma série de ações com foco em prevenção como parte do Setembro Amarelo.

A campanha brasileira de prevenção contra o suicídio foi iniciada em 2015 e o mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 é o Dia Mundial de Prevenção contra o Suicídio. E desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria realiza diversas ações no país.

E a campanha se mostra essencial. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, foram 178 casos de suicídio registrados em Mato Grosso do Sul neste ano, número bem maior que as 158 ocorrências de todo 2020.

Para médicos especialistas, o Setembro Amarelo ajuda na desmistificação e quebra de tabus relacionados à pessoa que sofre qualquer tipo de doença que possa acarretar suicídio.

De acordo com a pasta, foram 1.689 tentativas de suicídio em 2020 ante 1.186 até aqui neste ano. Segundo a secretaria, a queda pode não significar necessariamente uma melhora, visto que os números são subnotificados, tendo em vista o acúmulo de funções dos profissionais de saúde em razão da própria pandemia.

A maioria das tentativas registradas é entre mulheres, 1.186 no ano passado e 849 neste, com os homens tendo 337 registros até agora em 2021 e 503 em 2020.

Entre a faixa etária que mais comete suicídio, a campeã é das pessoas de 20 a 39 anos (47%), logo depois as de 40 a 59 anos (25%), 60 anos ou mais (16%) e, por fim, de 10 a 19 anos (12%).

A secretaria acredita que a campanha foi um dos motivos para o número de suicídios em 2020 ter uma queda de 30,8% em comparação ao ano anterior, o que já se esperava em razão da pandemia da COVID-19. A preocupação agora é com o pós-pandemia, considerando o aumento da demanda em saúde mental (pessoas com transtornos ansiosos, depressão, uso abusivo de álcool/drogas, luto, sequelas pós-COVID).

“Quem está em sofrimento precisa compartilhar seus sentimentos com amigos, pessoa de confiança ou com um profissional. É importante falar sobre aquela sensação de dor física ou emocional que não passa, bem como, aquele sentimento de impotência extremas, que cada vez fica mais intenso e provoca tristeza profunda. Assim, o viver, infelizmente, se torna um fardo”, disse o secretário Geraldo Resende.

Para ele, é preciso ficar atento aos sinais e alertas “principalmente daqueles que não encontram coragem de falar”. “E, para quem fala, o ouvinte não pode encarar isso como um ‘mimimi’”, explicou.

Infelizmente, o suicídio não tem explicações objetivas. Por isso é preciso ser discutido e tratado como questão de saúde pública. Por meio de nota, a pasta diz que “desde 2018 desenvolve o projeto de ‘Prevenção contra o Suicídio’, com ações de vigilância em saúde, prevenção e promoção e gestão do cuidado”.

“Aprovado pelo Ministério da Saúde em 2018, inicialmente foi desenvolvido em 15 municípios com maiores taxas de mortalidade”, diz o texto. Acesse também: Confira o que abre e fecha no Dia da Independência

(Texto: Rafael Ribeiro)

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