Enquanto população utiliza aparelhos quebrados, novos ficam “estocados” no Jacques da Luz

academia ao ar livre
Foto: Nilson Figueiredo

“Aguardo por uma manutenção há mais de três anos”, garante moradora do Jardim Colibri II

Um ponto bastante conhecido para a prática de exercícios físicos, são as academias ao ar livre, contudo, moradores apontam a falta de cuidado da gestão municipal, com equipamentos quebrados e ambiente sujo. Enquanto que aparelhos novos estão estocados ao “ar livre”, no Parque Jacques da Luz, no bairro Moreninhas.

Em diversas praças de Campo Grande observamos os lugares com mato alto e os equipamentos quebrados, sem condições de uso. No bairro Jardim Colibri II, na rua Conde do Pinhal, não há nenhum aparelho que não esteja danificado. Segundo a moradora Josefa Domingos, de 59 anos, essa já é a segunda vez que recorre a imprensa para tentar resolver o problema.

“Tem uns três anos que a equipe do jornal já esteve aqui para falar sobre a academia e o município na época chegou a dizer que mandaria uma equipe para fazer a manutenção, mas até hoje segue tudo do mesmo jeito. Além de nenhum aparelho estar funcionando 100%, não existe parquinho para crianças e com isso eles brincam nesses equipamentos, o que é um perigo, porque muito estão com pontas afiadas”, declara.

Na Vila Taquarussu, na Avenida Europa com a Rua Brigadeiro Tobias, encontramos outra praça com equipamentos danificados. Além disso, a área para crianças também não estava com condições boas para uso, com brinquedos quebrados. O comerciante do bairro, Victor de Oliveira, relatou sobre a precaridade do local.

“No final da tarde que tem bastante movimento, vem mais idosos fazer exercícios. As vezes tem até instrutor, mas não sei se dá para trabalhar com poucas opções e qualidade desses equipamentos. E a limpeza é por conta do pessoal do bairro mesmo, nunca vi alguém da prefeitura fazer esse trabalho”, comentou

Um pouco mais a frente, no Jardim Jacy, na Rua Brigadeiro Tobias com a Rua José Paes de Farias, notamos outra praça com academia ao ar livre, felizmente, nessa os materiais estavam intactos, contudo, ao redor estava sujo e a área infantil também estava com os brinquedos inutilizados. A Dona Adelaide Amorim, de 82 anos, comenta algumas situações que tem presenciado na praça em frente a sua casa.

“Limparam recentemente, mas como podemos observar está sujo novamente. Uma das coisas que deixa todo mundo preocupado são os brinquedos das crianças, os balanços estão perigosos, soltos, quebrados, ali tinha uma gangorra que não existe mais as cadeiras, é uma situação chata para quem tem criança, não dá para trazer aqui. Além disso, a pracinha está infestada de formigueiro, as formigas tomaram conta, não tem lugar para sentar, os bancos estão todos comprometidos com bichos. Isso, além dos vândalos, pessoas que vem até a pracinha para fazer bagunça, sujar, muita falta de respeito”, conta.

A Lei Orçamentária de 2023, publicada no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) no dia 30 de dezembro de 2022, mostra a estimativa de investimento de R$ 740 mil em construção, reforma e implantação de academias ao ar livre, em doze bairros de Campo Grande. Contudo, nenhum dos bairros citados no texto são os mencionados nesta matéria. Em outra pesquisa realizado pela equipe do jornal O Estado, consta em outra publicação do Diogrande, do dia 21 de dezembro de 2023, a Lei Orçamentária de 2024, as previsões de gastos, dessa vez o valor para área de esporte e lazer, na implementação desses equipamentos é de R$ 490 mil, ou seja, R$ 250 mil a menos em relação ao ano passado, com obras previstas em seis bairros. Porém, essa publicação, o bairro Vila Taquarussu está entre os beneficiados, com o montante de R$ 80 mil, mas não é o mesmo endereço visitado pela equipe do jornal.

Entramos em contato com a prefeitura para entender melhor como funciona a manutenção desses equipamentos. A Funesp (Fundação Municipal do Esporte), que é o órgão responsável por esse cuidado, informou que a equipe técnica analisa a necessidade de troca dos materiais.

“A manutenção dos equipamentos nas Academias ao Ar Livre é realizada por meio de uma abordagem proativa. Inicialmente, a equipe técnica da Fundação realiza visitas regulares para verificar as condições dos aparelhos, identificando a necessidade de manutenção ou substituição”, explica.

Além disso, ao questionar a Funesp sobre os equipamentos estocados no Parque Jacques da Luz, eles alegaram que estão esperando a conclusão do processo licitatório. “Os aparelhos destinados às academias ao ar livre no local não estão abandonados, mas foram já alocados nos parques, aguardando a conclusão do processo licitatório para a construção das bases para posterior instalação. Importante destacar que esses equipamentos são projetados para resistir às adversidades climáticas, garantindo sua durabilidade ao longo do tempo”, pontuou.

Aqueles que desejarem denunciar ambientes como esse, relatar algum problema com os aparelhos, podem entrar em contato com a Funesp. Para isso, há ambientes virtuais e presenciais para reclamação. Além disso, para entrar em contato com a ouvidoria, pode ser por meio do telefone (67) 3314-4639, ou pelo e-mail ouvidoriageral@cgm. campogrande.ms.gov.br.

“Caso os usuários identifiquem a necessidade de manutenção em algum equipamento, podem encaminhar suas demandas de duas maneiras. A primeira opção é o envio de um ofício diretamente para a Funesp, cujo endereço é Rua Dr. Paulo Machado, nº 663, bairro Santa Fé. A segunda opção é realizar o encaminhamento de uma mensagem através do atendimento disponível no site da prefeitura, no link “Fale Conosco”, comunicou.

Por Inez Nazira 

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