Em processo de verticalização urbana, Campo Grande caminha a passos lentos

Foto: Glenda Gabi/Prefeitura Campo Grande
Foto: Glenda Gabi/Prefeitura Campo Grande

A construção de prédios garante densidade em locais onde já há toda uma infraestrutura urbana

A verticalização urbana tem se tornado, cada vez mais, uma tendência mundial e gera mais qualidade de vida, acesso à infraestrutura, sustentabilidade e economia à cidade. Em Campo Grande, a situação não é diferente. No entanto, o processo da verticalização ocorre de forma lenta.

Conforme o Secovi-MS (Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul), os apartamentos ainda não ocupam a maior área construída da cidade.

Segundo o presidente do Secovi-MS, Geraldo Paiva, a cidade de Campo Grande é “espraiada”. A Capital não tem tendência acima da média, em comparação às cidades de mesmo porte ou população equivalente. A grande maioria das necessidades ainda é atendida pela construção unifamiliar – que é uma casa. Para os moradores, a verticalização permite que as famílias morem em locais mais desejados e tenham uma percepção de maior segurança”.

De acordo com o engenheiro civil Dary Werneck, a verticalização concentra-se nas regiões onde existem comércios e que, por Campo Grande ser uma cidade multicêntrica, ou seja, tem diversas centralidades, é importante verticalizar também nos bairros mais afastados das regiões centrais.

“Na verdade, essa multicentralidade foi acontecendo nas vias de acesso a bairros como a avenida Bandeiras, a rua Spipe Calarge. Então, à medida que há densamento ao entorno, elas vão oferecendo mais e mais serviços. Quanto mais densos, mais lugares são criados. Por isso, também é importante verticalizar bairros mais afastados das regiões centrais. No entanto, vale destacar que Campo Grande está no processo de verticalização, porém, ele ocorre de maneira lenta e morosa”, esclareceu.

Investimentos de construtoras 

Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis 14ª Região, Eli Rodrigues, Campo Grande é uma cidade nova, muito bem estruturada com vias largas, que é um atrativo para quem quer morar bem. No entanto, Rodrigues destaca que Campo Grande ainda não tem muitas empresas e possui espaço para novos empreendimentos.

“Temos espaços muito bons e bem localizados, para que as pessoas possam empreender com produtos que agradem aos clientes. As grandes construtoras pensam em investir na cidade, porém, Campo Grande ainda não tem muitos construtores e não possui muitos empreendedores de grande padrão.”

Conforme o presidente, a Capital tem áreas boas para empreendimento e ainda é carente de condomínios fechados. “Isso abre uma frente para novas empresas que vêm empreendendo”, relata.

Revitalização do centro

A região central de Campo Grande passou por uma importante revitalização, que começou em 2018, pela rua 14 de Julho. O programa Reviva Campo Grande revitalizou também as vias do quadrilátero formado pela avenida Mato Grosso, Fernando Corrêa da Costa, Calógeras e rua José Antônio. A rua Rui Barbosa também entrou no programa e, além da requalificação da via, recebeu o corredor do transporte público. “Requalificamos mais de 30 quilômetros de vias para carros, mas também trabalhamos mais 35 quilômetros de calçada, então, sim, não acredito que haja outra cidade com tanta área acessível como esta”, disse a subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos Catiana Sabadin.

Por Marina Romualdo.

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