Eleição municipal mede prestígio político do ex e do atual governador
Em 100 dias, o governador Eduardo Riedel (PSDB) já sente uma forte corrosão no capital político, que obteve entre a sua eleição de 2022 sobre as medidas em que estão esquentando as negociações, com vistas às eleições municipais. Disputas internas no PSDB, e entre os aliados, complicam cada vez mais a vida do chefe do Executivo estadual e, por mais estranho que possa parecer, aumentam ainda mais o poder do ex-governador Reinaldo Azambuja.
Na Capital, cuja eleição é o maior alvo de cobiça dos políticos do Estado, há uma intensa briga entre o presidente da Agepan, Carlos Alberto Assis, e o deputado federal Beto Pereira, que assumiram suas pré-candidaturas e querem assumir o controle do diretório municipal. Além desse confronto, há também um movimento quase oculto do ex-todo-poderoso chefe da Casa Civil, durante o governo Reinaldo Azambuja, Sérgio de Paula, que foi colocado em “asilo político” pelo atual governador e já teria se manifestado, nos bastidores, como “simpático” a uma possível candidatura de Reinaldo Azambuja a prefeito da Capital.
Carlos Alberto Assis movimenta-se nos bastidores do partido, assegura que já abriu mão dessa candidatura na Capital por duas vezes e que agora teria o direito e voto adquirido à vaga. Já Beto
Pereira, que já foi prefeito de Terenos, não perde uma oportunidade de tirar fotos ao lado de Reinaldo Azambuja e até já conseguiu “arrancar” declarações do ex-governador ao seu pleito.
Ainda Campo Grande, Riedel enfrenta alguns problemas e o principal deles é em relação à prefeita Adriane Lopes (Patriotas), que mantém um suspense se será ou não candidata à reeleição. A candidatura dela seria um complicador para o projeto do PSDB de, pela primeira vez, eleger o
prefeito da Capital. Riedel, que tem sido um aliado da chefe do Executivo municipal se vê
pressionado por membros do partido, que temem que ela se fortaleça e entre na disputa contra o candidato tucano.
Essa situação afeta também o deputado Lídio Lopes (Patriota), marido da prefeita, que já na eleição da atual mesa diretora da Assembleia e na composição dos blocos permaneceu como parlamentar independente
Dourados
Em Dourados, a situação encontra-se bem complicada e até já resultou no afastamento do deputado estadual Zé Teixeira (PSDB) no bloco G8, o que seria um primeiro aviso de que assim que qualquer janela se abrir, ele vai deixar o partido. O próximo passo de Zé Teixeira seria exigir a presidência do diretório municipal do PSDB, em Dourados, para que possa ter condições de articular sua candidatura a prefeito e, caso não venha a ser atendido, poderá sair do partido e até mesmo romper com o governo de Eduardo Riedel.
Ponta Porã
Nem mesmo em Ponta Porã, onde o diretório municipal é 100% controlado pelo secretário de Infraestrutura do governo Riedel, Hélio Peluffo Filho, a situação está tranquila, apesar de o prefeito Eduardo Campos (PSDB), que assumiu, em substituição a Peluffo, ser um candidato natural. O problema é que o vereador Raphael Modesto, que também é tucano, quer a vaga. Apesar de ter tido problemas com a Polícia Federal, ele foi afastado do cargo e retornou recentemente.
Ele tem um potencial eleitoral capaz de complicar a vida de Eduardo Campos.
Nova Andradina
Outra cidade onde Riedel pode enfrentar problemas seria Nova Andradina, onde o deputado estadual Roberto Hashioka (União Brasil) estaria com projetos de lançar a sua esposa a ex-deputada
Dione Hashioka, hoje filiada ao Podemos, para concorrer à prefeitura. O problema é que o PSDB local não quer apoiá-la. Sempre moderado, Hashioka ainda não fala no assunto abertamente, mas bem
que gostaria que o projeto da família Hashioka contasse com o apoio do governo.
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